Ainda o fim-de-semana ia no princípio e a guerrilha preparativa do FCP-Benfica numa fase morna, já o denominado papa das Antas me tinha posto as tripas às voltas, em conjunto com o seu séquito jornalístico.
Referia-se o papa às declarações de Trapattoni e do presidente Luís Filipe Vieira a propósito das agressões, que referiram que "dezenas de jogadores teriam que ser castigados por lances idênticos" e que "se Simão foi castigado, outros teriam que ser irradiados". Ora, apesar de tudo isto ser absolutamente óbvio, o Papa não quis perder a oportunidade para falar do Petit (ontem várias vezes acarinhado pelas mãos e pés dos jogadores do FCP) e lançar as habituais graçolas acerca do Benfica.
Julgo que terei desenvolvido, para estas graçolas, o mesmo mecanismo de tolerância que quem mora numa zona barulhenta desenvolve. Fazem parte do meu nível de ruído médio e são ignorados pelo meu cérebro no processamento do som. O que estas declarações tiveram de diferente foram os risinhos dos jornalistas às piadas do papa. É intolerável que já não se incomodem nem se preocupem em esconder os seus gostos clubísticos e a sua reverência a esta figura. O jornalista, tendo direito à sua vida pessoal, deve ser imparcial no cumprimento da sua função e, no que diz respeito ao futebol, esta total parcialidade é gritante.
No caso do Benfica, a comunicação social é, tradicionalmente, maldosa. Cobra demais, não desculpa os fracassos, eleva aos píncaros as expectativas dos adeptos e depois arrasa-as, com claro prejuízo da imagem dos dirigentes. Mesmo na questão das graçolas, o papa usa sempre a "tradicional ironia", enquanto o presidente Luís Filipe Vieira está a "contribuir para o clima de guerrilha no futebol. E não tenham dúvidas que o Benfica é quem sai mais prejudicado com tudo isto.
Urge que o Benfica desenvolva uma maior blindagem a estes ataques. A proposta do Presidente para um canal de TV e o Centro de Estágio são claros passos neste sentido. E o produto Benfica tem mercado, vende, e tem fortes possibilidades de ser auto-suficiente, contribuindo para o próprio clube e não para os grupos da comunicação (e atenção à estratégia de crescimento da Olivedesportos, prestes a ter controlo sobre a Lusomundo Serviços!).
PS - Boa exibição, ontem, nas Antas (ou no Estádio do Ladrão, como já lhe ouvi chamar). E sinal mais para Trapattoni, certíssimo na opção de Karadas para a frente de ataque! Que ninguém o acuse de não querer ganhar!
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