sexta-feira, abril 29, 2005

O regresso do Major

Sobre o regresso do Major, escreve Leonor Pinhão:

Indiciado por um conjunto de delitos mais do que suficientes para fazer corar as pedras da calçada, o major Valentim Loureiro regressou à presidência da Liga de Clubes graças à prescrição de um prazo técnico-jurídico. De um modo geral, a comunicação social exultou com o facto. Não por o major ser um homem inocente até ao dia em que for proferida a sentença. Antes pelo facto de o major ter «uma voz credível» e que muita falta tem feito ao futebol português.

Salvaguardando as distâncias entre as naturezas dos crimes imputados, o circo mediático montado em torno do regresso de Valentim Loureiro à sede da organização, as manifestações de apoio, as expressões emocionados dos amigos e dos funcionários, fez lembrar, de algum modo, o estardalhaço que se verificou na Assembleia da República quando Paulo Pedroso regressou ao seu posto de trabalho depois de uma temporada em que se viu privado das mais básicas liberdades.

O próprio major não se tem escusado de lamentar que o seu regresso à actividade se tenha ficado a dever à prescrição de um prazo e não à sua total e definitiva inocentação. Fica-lhe bem este desabafo. Não se passasse tudo isto em Portugal e o major poderia brilhar ainda mais como dirigente desportivo, como presidente do Metro do Porto e como cidadão, tomando a única atitude que, nos países civilizados, a opinião pública e a comunicação social exigem sem contemplações em casos semelhantes: a auto-suspensão de todos os cargos públicos e privados até ao apuramento da verdade.

Mas, caramba, em Portugal, isso é exigir muito. Venha de lá, então, essa voz credível para lutar contra os bandidos que andam por aí à solta!


Este major é mais uma personagem com uma grande lata!

Sem comentários: