sexta-feira, novembro 26, 2004

Canção de Lisboa

Por norma, apenas nos jogos fora vejo o Benfica na TV. Ganhei desde os 5 anos o hábito de me deslocar ao Estádio da Luz de 15 em 15 dias e o vício do futebol ao vivo foi ficando. Este meu ritual impede-me de ter acesso às pérolas e ao veneno dos jornalistas desportivos que asseguram o relato e comentário nas transmissões televisivas.

Ontem, por compromissos profissionais, não me pude deslocar ao Estádio. Tive pois o prazer de acompanhar o jogo pela RTP e assistir a um comovente flirt entre o locutor de serviço, Alexandre Albuquerque, e a repórter no relvado, Cláudia Lopes. Com deliciosas e carinhosas piadinhas, o par-de-jarras polvilhou o jogo com a velha receita de Mário Wilson: "Os jogadores do Benfica precisam de amor".

Mas aos 15 minutos, o verniz estalou entre o casalinho. Petit é substituído, diminuído fisicamente. Alexandre Albuquerque não perde tempo:
Esperemos que não seja como Miguel, que no último jogo jogou sem estar em condições.

Mais bem informada, responde a repórter:
Mas, Alexandre... O Miguel teve mais propriamente um azar do que um agravamento de qualquer lesão. Porque foi na outra perna e foi uma entorse, e não uma lesão muscular, o que lhe aconteceu no jogo com o Rio Ave.

Vencido, mas não convencido, Alexandre Albuquerque:
Sim... Mas o jogador estava a uns 30 ou 40 por cento.

Perante tal conhecimento científico na área de medicina, o bastante para quantificar a condição física de um jogador e avaliar o impacto de uma lesão numa perna na perna contrária, surgia na minha mente, apenas a melodia do célebre filme com Vasco Santana:

Lisboa já tem, agora em mim um doutor....

Departamento clínico do Benfica, cuidado! Ele até sabe o que é o esternocleidomastoideu!

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