terça-feira, março 22, 2005

Tempo de responsabilidade

Com o resultado de ontem, em Alvalade, o Benfica vê-se na pole position para a corrida final, rumo ao título. Neste momento, e dada a situação no campeonato, temos que ser conscientes e admitir que a oportunidade é única e de ouro e que seria uma grande desilusão não a aproveitar. A equipa tem, assim, a responsabilidade de querer e conseguir ser feliz, o que me parece bastante razoável, tendo em conta a regularidade, coesão, disciplina e trabalho exibido.

Os adeptos, esses, têm a responsabilidade de acreditar e apoiar incondicionalmente a equipa. Não tenho por hábito assobiar a equipa, embora não me coíba de a criticar quando a situação a justifica. Neste momento, acho que não é tempo de críticas, mas sim de união.

Aproveitando a conversa sobre responsabilidade, aproveito para referir a irresponsabilidade de McCarthy, que voltou a prejudicar a sua equipa e a maior irresponsabilidade ainda de Pinto da Costa, que sacudiu a água do capote, ficando indignado com um abraço do treinador adjunto do Sporting ao 4º árbitro. O discurso de vitimização continuou com o treinador, que se queixou de uma suposta dualidade de critérios. Só me resta concluir que até foi o Rui Jorge quem puxou o cotovelo de McCarthy contra si próprio, que foi Liedson quem, por bruxaria, levou a bola à mão de Seitaridis, que foi voodoo as contratações de Del Neri, Fernandez, Fabiano, Rossato, Paulo Adriano, Pepe, Hugo Leal, Diego, etc. Vítimas, sim, mas de si próprios.

Pela positiva

A mais elementar justiça exige que destaque pela positiva o comentário de Ricardo Lemos, ontem n'O Jogo. Já uma vez me tinha referido a este jornalista e, hoje, faço-o novamente para reconhecer dois aspectos fundamentais do seu comentário:
  • A capacidade e coragem de assumir os próprios erros

  • O não alinhamento com a práctica comum de atribuir a liderança do Benfica ao mal dos outros, retirando totalmente o mérito à equipa

Eis o comentário:

E os críticos?
RICARDO LEMOS

Mais um fim-de-semana extremamente favorável para o Benfica, que viu a vantagem para os directos adversários aumentada depois dos empates de Boavista (frente ao Penafiel) e Braga (contra o Rio Ave), tendo agora mais seis pontos que ambos os perseguidores. Há ainda a vantagem extra de saber que esta noite haverá mais um clube (ou os dois) a carpir mágoas, com Sporting e FC Porto a terem a obrigação de jogar para ganhar - e a avaliar pelos últimos resultados internos de ambos, esse não será um papel que desempenhem confortavelmente.

Ainda assim, é de destacar a unanimidade do discurso de treinador e jogadores benfiquistas, que, no final do triunfo em Setúbal, fizeram questão de não se pronunciarem sobre o clássico de logo à noite. Para além da fuga ao inevitável discurso da praxe - "era bom que perdessem os dois" -, fica a mensagem clara de confiança nas qualidades de um grupo que está, mais do que nunca, unido.

A solidariedade demonstrada em campo - assim como a gestão inteligente dos tempos de jogos, segurando a vantagem sem nunca colocar em causa o resultado - é já uma imagem de marca desta equipa do Benfica, que anteontem deu mais um passo firme numa caminhada em que poucos acreditaram.

Agora, é inevitável, lá surgem os arautos da verdade, reclamando méritos pelo (meio) sucesso actual, mas não serão estes os mesmo que reclamaram a queda de Giovanni Trapattoni e que afirmaram que o Benfica tinha o pior plantel da SuperLiga? De velho e acabado, "Trap" é já agora um génio; de toscos e pouco ambiciosos, os jogadores já são o espelho da qualidade... Mas, é claro, agora ninguém assume a autoria das críticas...

Erro:Penálti
No espaço dedicado à apreciação da equipa de arbitragem do encontro Setúbal-Benfica foi escrito (por mim) que João Vilas Boas tinha ajuizado correctamente o lance disputado entre Paulo Ribeiro e Geovanni. A verdade é que analisadas as imagens televisivas acredito que, à semelhança do árbitro de Braga, também me enganei - era penálti.

quinta-feira, março 17, 2005

Convocatória

Alguém me explica porque é que este senhor



não é convocado à selecção nacional e este projecto de jogador



é?

É que até o Pedro Emanuel tem jogado com mais regularidade!

terça-feira, março 15, 2005

O último a rir

Alguém mais reparou que enquanto os jornais se entretinham a explorar uma qualquer querela entre o Presidente e José Veiga, este último se deslocou ao Brasil e fechou uma contratação em 24 horas? Isto só prova o que se pode fazer sem os jornais atrás e reforça a necessidade do Benfica em proteger-se.

Como prólogo desta história, parece que há quem tenha ficado melindrado por ter feito figura triste. É o exemplo do Mais Futebol, onde ninguém viu a entrevista do Presidente na Sporttv. Não é que, já hoje, foram perguntar a António Carraça o que é que achava de ser falado para o lugar de José Veiga?

Realmente, a azia custa a passar. Não desistem...

domingo, março 13, 2005

Cegueira

Diz a sabedoria popular que o maior cego é aquele que não quer ver.

O jogo de ontem, para além de fazer o Benfica ultrapassar o ponto sem retorno no que diz respeito à luta pelo título, mostrou o evidente talento de Manuel Fernandes. Fez um jogo espantoso, tanto a defender como a atacar, coroado com aquela jogada mágica para o tão saudado golo de Mantorras. Não admira que o Chelsea já o tenha debaixo de olho.

Como seria de esperar, a posição do Benfica no campeonato é causa de prurido nos anti-benfiquistas mais convictos, desejos de encontrar aquele pequeno pormenor negativo ao qual se podem agarrar e usar como alavanca para as suas investidas.

Depois da vitória clara e justa de ontem, depois de assumirmos a liderança, depois do outro candidato ao título ter sido goleado em casa, eis a nota que o editor do Record atribuiu ao Benfica, na análise ao jogo de ontem:

DE 0 A 5
A nota do editor (1)

Manuel Fernandes fez um bom jogo (foi destacado como melhor em campo). Aproveito, assim, este bom momento do médio para lhe fazer um reparo: teve duas entradas muito perigosas, às pernas de adversários, de "sola" (não é a primeira vez que o faz), e em nenhum dos casos o árbitro lhe mostrou, pelo menos, o amarelo. Colegas de profissão podiam ficar seriamente lesionados. O polícia (árbitro) pode ser incompetente ou míope, mas o ladrão, por não ser apanhado em flagrante, não deixa de o ser.

Autor: JOSÉ RIBEIRO
Data: Domingo, 13 de Marco de 2005 02:09:00


Esta opinião é, de facto, uma pérola. Primeiro pela nota ultra-negativa (1). Como referência, um outro editor brindou o FCP com 0, pela goleada. Depois porque, mais uma vez, os jovens jogadores do Benfica nunca têm classe, correcção ou talento. Aposto que este José Ribeiro era daqueles que dizia que o FCP, com o Pepe, nem precisava do Ricardo Carvalho e, certamente, nunca terá visto nenhum jogo do Carlos Martins.

sábado, março 12, 2005

Demonstração de resultados


O clube da boa gestão, "a melhor de que há memória em Portugal", como o FPVC tanto insiste no Queridos Jornalistas Desportivos, brindou-nos com um momento histórico a abrir a jornada.

Entre um resultado escandaloso para um clube com um orçamento anual de 70 milhões de euros, lenços brancos, insultos dos adeptos aos jogadores e insultos dos jogadores ao adeptos, houve de tudo.

A minha dúvida, no entanto, persiste: a imprensa vai dissecar este FCP e tratá-lo como Case Study do que não se deve fazer, ou vai dizer que até foi bom isto ter acontecido, que é um ponto de partida para a renovação, tal como o fez quando o FCP mudou de treinador (nas duas vezes!), e continuar a alimentar-se de pseudo-guerrinhas dentro do Benfica?

Cheira-me que já sei a resposta....

7 pontos de pura irresponsabilidade

O inenarrável Luis Sobral continua a sua cruzada anti-Benfica, usando tudo o que pode para criar intrigas. Quando não há argumentos, especula...

Reparem nesta opinião:

"Luís Filipe Vieira disse esta terça-feira, claramente, que na Luz só ele é fonte fidedigna, ao mesmo tempo que deixava claro que há gente no Benfica a falar de mais. Sobre José Veiga nem uma palavra. Este facto, ainda por cima nesta altura da temporada, permite diversas leituras. Tentemos algumas.

1. O presidente do Benfica esqueceu-se de José Veiga. Acontece. Qualquer outra interpretação é maldosa e visa prejudicar o clube. E a SAD.
2. O presidente do Benfica não queria dizer exactamente aquilo, mas sabe-se que a língua portuguesa não é o seu forte.
3. O presidente do Benfica começou a preparar os benfiquistas para a saída de José Veiga. E de Trapattoni, mesmo que ganhe o título.
4. O presidente do Benfica quis dar a entender que alguém no Benfica está a remar para o lado errado, o que pode ser uma justificação agradável para os adeptos se as coisas não correrem tão bem como se espera.
5. O presidente do Benfica quis ver se José Veiga dava o primeiro passo e saía.
6. O presidente do Benfica tem um percurso no futebol repleto de amizades que dão errado. As pessoas que servem hoje, amanhã estão a mais. José Veiga será o próximo.
7. Os jornalistas são os responsáveis pela maior parte dos problemas no Mundo."


Resta-me fazer o seguinte comentário a este nojo de artigo:
7 pontos de pura especulação.
7 pontos que são exemplo daquilo que um jornalista responsável não deve ser.
7 pontos de muito jogo sujo.
7 pontos apenas para manter o Benfica e a sua direcção na lista dos desce.
7 pontos que justifucam um salário indigno.

quinta-feira, março 10, 2005

O preço da fama

Mercê de exibições nem sempre brilhantes, mas indubitavelmente esforçadas, o Benfica permanece no topo da tabela, em acesa luta com os rivais. Embora isso custe a engolir para muita dos críticos e analistas da nossa praça, é um facto indesmentível que o Benfica é um forte candidato a um título que lhe tem fugido nos últimos 10 anos. E, se calhar, por mérito seu e pelas características particulares da edição deste ano da liga, mais candidato do que em qualquer dos últimos anos.

Após a preciosa vitória no Nacional, o Benfica descolou do Sporting e manteve-se igual ao FCP. Esperavam os benfiquistas (como eu) que a semana fosse mais calma para a equipa e, em especial, para o treinador. Ingénuos, não podíamos estar mais enganados. Por estranha coincidência, durante toda a semana, houve 1001 novidades no que diz respeito ao futebol do Benfica, de acordo com os jornais da nossa praça:

  • 5 saídas: Miguel, Ricardo Rocha, Manuel Fernandes, Luisão, Simão

  • 1 entrada: Anderson

  • Reunião do Presidente com a MSI , que surgiria como novo investidor, sendo deixada no ar a ideia de que iriam ser colocados novos jogadores

  • Hipotética transferência de Sokota para o Sporting e FCP

  • Ausência do treinador, num treino


Nada mau... E o Benfica ainda só está em igualdade pontual! Imaginem se fosse líder isolado!

PS1 - José Couceiro disse que já sabia que Simão ia ser considerado inocente. Pudera! Quando o agredido é testemunha de defesa, ele esperava o quê? Cadeira eléctrica?

PS2 - As minhas desculpas pelas escassas actualizações ao blog.

terça-feira, março 01, 2005

Calaram o Papa errado!

Ainda o fim-de-semana ia no princípio e a guerrilha preparativa do FCP-Benfica numa fase morna, já o denominado papa das Antas me tinha posto as tripas às voltas, em conjunto com o seu séquito jornalístico.

Referia-se o papa às declarações de Trapattoni e do presidente Luís Filipe Vieira a propósito das agressões, que referiram que "dezenas de jogadores teriam que ser castigados por lances idênticos" e que "se Simão foi castigado, outros teriam que ser irradiados". Ora, apesar de tudo isto ser absolutamente óbvio, o Papa não quis perder a oportunidade para falar do Petit (ontem várias vezes acarinhado pelas mãos e pés dos jogadores do FCP) e lançar as habituais graçolas acerca do Benfica.

Julgo que terei desenvolvido, para estas graçolas, o mesmo mecanismo de tolerância que quem mora numa zona barulhenta desenvolve. Fazem parte do meu nível de ruído médio e são ignorados pelo meu cérebro no processamento do som. O que estas declarações tiveram de diferente foram os risinhos dos jornalistas às piadas do papa. É intolerável que já não se incomodem nem se preocupem em esconder os seus gostos clubísticos e a sua reverência a esta figura. O jornalista, tendo direito à sua vida pessoal, deve ser imparcial no cumprimento da sua função e, no que diz respeito ao futebol, esta total parcialidade é gritante.

No caso do Benfica, a comunicação social é, tradicionalmente, maldosa. Cobra demais, não desculpa os fracassos, eleva aos píncaros as expectativas dos adeptos e depois arrasa-as, com claro prejuízo da imagem dos dirigentes. Mesmo na questão das graçolas, o papa usa sempre a "tradicional ironia", enquanto o presidente Luís Filipe Vieira está a "contribuir para o clima de guerrilha no futebol. E não tenham dúvidas que o Benfica é quem sai mais prejudicado com tudo isto.

Urge que o Benfica desenvolva uma maior blindagem a estes ataques. A proposta do Presidente para um canal de TV e o Centro de Estágio são claros passos neste sentido. E o produto Benfica tem mercado, vende, e tem fortes possibilidades de ser auto-suficiente, contribuindo para o próprio clube e não para os grupos da comunicação (e atenção à estratégia de crescimento da Olivedesportos, prestes a ter controlo sobre a Lusomundo Serviços!).


PS - Boa exibição, ontem, nas Antas (ou no Estádio do Ladrão, como já lhe ouvi chamar). E sinal mais para Trapattoni, certíssimo na opção de Karadas para a frente de ataque! Que ninguém o acuse de não querer ganhar!