sexta-feira, agosto 26, 2005

Para casos de memória curta

Gostaria de começar este post trazendo um nome à memória: Vale e Azevedo.

Para quem se recorda, este senhor foi o presidente do Benfica num período em que entre muitas outras coisas, fomos motivo de gozo pelos sucessivos incumprimentos em que incorríamos.

Serve isto para ajudar os Benfiquistas (cada vez mais, infelizmente) que começam a padecer de um caso grave de memória curta. Estes, revelando um total esquecimento do que foi a nossa realidade até há bem pouco tempo, vêm cada vez mais a terreiro criticar a administração da SAD por causa das dificuldades que têm tido em contratar os tão desejados avançados.

Sobre isto, gostava de deixar aqui uma declaração do Veiga feita na apresentação do Nélson, para trazer muitos destes novos-ricos Benfiquistas de volta à realidade:

«As pessoas têm que entender que nós não nadamos em dinheiro. Temos um orçamento para cumprir, somos extremamente rigorosos, e o jogador que vier também não pode ser qualquer um. Sem os milhões que muitos clubes têm, precisamos de utilizar outras armas, ter paciência e negociar de uma forma diferente e isso leva o seu tempo. O caso Miguel desgastou todo o Conselho de Administração da SAD, mesmo sabendo que foi um processo conduzido pelo presidente mais directamente. É natural que isso tenha atrasado um ou outro dia. Não é directamente por isso mas também deu para atrasar alguns dias.»


Lembrem-se, sem dinheiro não há palhaço! - e eu orgulho-me de ser daqueles que preferem não ter os desejados craques para a frente de ataque, mas ter os compromissos honrados!

Pois bem, estes senhores que tão criticados estão a ser, conseguiram credibilizar o Benfica e construir um plantel que nos permitiu ser novamente campeões.

No que diz respeito a esta época, reparem no seguinte:

- As contratações já realizadas foram feitas atempadamente e de forma muito discreta, algumas ainda durante a época passada;
- As mesmas foram as melhores que os três grandes fizeram se as compararmos sector a sector (endereçaram sectores mais enfraquecidos e são TODAS de qualidade). Não estou a falar dos elementos que faltam...
- Existiu um esforço financeiro substancial para se manter os jogadores principais e inclusivamente renovar com muitos deles (mesmo aqueles que já tinham acordo com o Porto, como é o caso do Ricardo Rocha).
- TER OS COMPROMISSOS ASSUMIDOS HONRADOS e livrarmo-nos do estigma do calote.


Sobre a contratação dos avançados, acho que o Veiga disse tudo. Dos nomes que a imprensa traz às estampa, apenas o de Tomasson foi confirmado pelo Benfica. Todos os outros, merecem a credibilidade do pasquim que o publica: nenhuma!
Aliás, toda a gente fala no folhetim do Tomasson mas teimam em esquecer o que se passou com o Kronkamp numa equipa que tem mais do dobro do orçamento do Benfica e a vergonha que foi o aliciamento aos jogadores do Braga por parte do clube da gente séria.

Assim, e para aqueles que revindicam craques a todo o custo, gostaria de perguntar o que diriam caso o Benfica contratasse jogadores como o Deivid, o Silva, o Manoel, o Jorginho (que agora está transformado num ultra-craque) e o Postiga, e tentasse fazer deles jogadores de sonho. Basta ver o que se passou com o Beto para termos ideia do nível de exigência que é colocado nas nossas contratações (apesar de agora toda a gente dizer que na altura o achou uma excelente aquisição...).

Pois bem. Até agora penso que o trabalho desta administração tem sido a todos os níveis fantástico. Conseguiram fazer do Benfica novamente uma instituição séria, complementado esse feito com êxitos a nível desportivo. Há erros, é certo, mas estamos a falar de homens.

São precisamente esses erros que uma imprensa irresponsável ajuda a ampliar, muito provavelmente servindo os interesses daqueles que pretendem um Benfica no lodo.

Compete aos Benfiquistas denunciar esse trabalho sujo de propaganda em vez de entrar nele. Afinal, tudo o que de bom tem sido feito não merece nem pode ser enxovalhado por causa de uma contratação falhada, quando acima de tudo está a vontade de se ser sério.

Para terminar, quero convidar todos aqueles Benfiquistas que acusam o Veiga e o Vieira de incompetentes e mentirosos a pensarem um pouco nas exigências que estão a fazer. E a pensar se, não foi a troco de basófia e grandes craques que, como eu, permitiram que o Vale e Azevedo fosse um dia presidente do nosso clube.

quinta-feira, agosto 25, 2005

Especialistas da tanga e respectiva matilha

Penso que vale a pena ler o acordão da comissão arbitral paritária sobre o caso Miguel, que o MaisFutebol apresenta.

Sobre o mesmo, apenas gostaria de dizer que os especialistas que defenderam o jogador não conseguiram apresentar um, apenas um que fosse, argumento que sustentasse qualquer razão ao jogador. Daí eu afirmar que especialistas, só da tanga...

Quanto ao resto, a matilha, gostaria de realçar o rafeiro-chefe-de-fila: Luis Sobral.

Com o despoletar do caso, este senhor remeteu-se ao silêncio. Sempre tão observador no seu "sobe-e-desce", não deixou de parecer estranho que nem uma linhazita dedicasse a comentar a decisão do jogador ou, em alterantiva, a posição do Benfica (na altura largamente elogiada pela generalidade da comunicação social, por não ter hostilizado o jogador, referindo apenas que este estaria a ser mal aconselhado).

Eis que a determinada altura o rafeiro chefe-de-fila decide quebrar o silêncio. A que pretexto? - Os comentários feitos a quente e em directo pelo Luis Filipe Vieira a uma entrevista que o Miguel concedeu à SIC. Aí sim, a sua veia observadora acordou e pimbas!, lá estava um criterioso desce a criticar todo o processo, desde a posição do jogador até à forma como os dirigentes do Benfica estavam a lidar com a situação.

A posição dúbia é própria dos cobrades. E foi exactamente o que este senhor fez: - Aproveitou a primeira reacção a quente do Benfica para começar a criticar os seus dirigentes, sempre com o paliativo de que "o Miguel não foi muito inteligente..."

À medida que o tempo foi passando, o rafeiro-chefe-de-fila foi-se sentindo mais à vontade. A indignação geral pela atitude do Miguel foi-se atenuando e ele aproveitou para assumir finalmente a sua posição. Num outro desce, critíca Madaíl por este assumir a posição do Benfica.

Segundo ele, as coisas não seriam bem assim. Ao contrário de toda a gente, ele não se sentia capaz de reconhecer de antemão a razão ao Benfica e a má fé ao Miguel, mesmo considerando que o jogador demorou um ano e meio a denunciar erros num contrato que tinha assinado.

Se o rafeiro-chefe-de-fila fosse um jornalista sério, no mínimo ficava-lhe bem escrever um comentário a reconhecer que a postura séria desde o ínicio foi a do Benfica. Que todos os argumentos apresentados pelo jogador eram falsos e serviram apenas de pretexto para não cumprir um compromisso que assumiu livremente.

Mas infelizmente não foi isso que aconteceu. O cão calou-se e parece que para ele o caso Miguel nunca existiu ou que terminou com a leitura do comunicado por parte do jogador.
Mas não. Por muito que lhe custe, o caso terminou com o apuramento da verdade. E a verdade estava, na íntegra, do lado do Benfica!

Infelizmente são assim os jornalistas que temos: coisas sem profisionalismo que se julgam detentores da verdade, sem repeitar nada nem ninguém...

Recordistas da tanga

Post curto, para referir esta magnífica página: uma colectânea das melhores capas do Record nos últimos 5 anos. Para ver e recordar.

quarta-feira, agosto 24, 2005

BEM FEITO!

Se há coisa que começa a tornar-se mais irritante que o anúncio da trupe gay que passa varias vezes por dia na SIC, é a presunção com que os lagartos dizem à boca cheia que praticam o melhor futebol do mundo (e arredores, convem não esquecer!!!).

Sinceramente, acho que o jogo de ontem foi a melhor lição de humildade que aquele clube de presunçosos podia ter levado.

Sem o mínimo de respeito pelo adversário, dificilmente me lembro de uma postura tão arrogante, tão petulante, tão presunçosa como a dos lagartos nas duas últimas semanas.

Embalados por uma exibição banal contra uma equipa Italiana num jogo que perderam (estúpidos, porque não conseguem perceber que as equipas Italianas jogam sempre assim!), vieram a terreiro gritar a treta do costume: - jogam o melhor futebol dos 5 continentes e só não ganham por manifesto azar ou por culpa do árbitro!

Se fossem humildes tinham visto na exibição contra o Belenenses um sinal de alarme. Mas como só olham para o umbigo, o jogo de Udine já estava ganho.

Final das contas: - Levaram um banho de bola descomunal nos primeiros quinze minutos (o treinador Italiano deu-se ao luxo de jogar ao ataque, mesmo com o resultado da primeira mão e tendo pela frente uma equipa de inter-galácticos!!!), paparam 3 (e pelo menos outros três ficaram por marcar) e foram enfiados no pote 5 para o sorteio da Champions.

É BEM FEITO!

Com a mesma sinceridade que desejei que ganhassem a taça EUFA o ano passado, digo agora que é bem feito o que aconteceu. Apenas lamento que não tenham levado pelo menos mais 2, porque era o resultado mais justo.

Para me sentir plenamente satisfeito, quero ouvir as declarações a queixarem-se mais uma vez do árbitro. Isto e a imagem do treinador Italiano a mandar calar o Peseiro ainda antes do primeiro golo por causa do banho de bola que estava a acontecer, vão alimentar a minha boa disposição durante bastante tempo!

Quanto ao resto, aproveitem para pedir ao Colina a opinião sobre os golos que o Ricardo sofreu nos últimos dois jogos! - Tenho concordar que em ambos os casos foi uma flagrante falta de jeito...

...Mas não se esqueçam de tudo o que o Montijense já fez pelo Sporting! (lol)

sexta-feira, agosto 19, 2005

Miguel

Esperei até agora para comentar este assunto, porque queria conhecer o seu desfecho antes de emitir juízos de valor. Em particular, estava apreensivo com a estratégia seguida pelo Benfica, não porque considerasse a sua intransigência incorrecta, mas porque as experiências com os orgãos que arbitram este tipo de conflitos (em particular, a CAP) não são as melhores.

Alguns comentadores da nossa praça, criticam este episódio final do comunicado pela humilhação do jogador:
É provável que algumas pessoas vejam no acto do jogador uma vitória do Benfica, sobretudo de Luís Filipe Vieira, o presidente. Exigiu um pedido de desculpas e teve-o (?). E de facto, para quem gosta de humilhar e rebaixar o outro, foi um triunfo. Ouvir a voz trémula e sem convicção do jogador terá constituído um momento de prazer ímpar.

O litígio que agora termina foi um duro teste ao carácter de quem o protagonizou. Um mês e meio depois, ninguém sai dele engrandecido. Pelo contrário.

O «caso Miguel» demonstrou outra vez que os fins não justificam os meios. Mesmo quando, objectivamente, todos ganham dinheiro. Ou talvez justifiquem e o futebol português seja cada vez mais isto: um vácuo moral.
Francamente, quer-me parecer que o comentador quer defender o indefensável. O jogador Miguel renovou contrato com o Benfica, recebeu o novo ordenado sem queixas, não aceitou transferir-se para o Dínamo de Moscovo, rescindiu esse contrato declarando-o nulo, criticou abertamente a direcção do clube, aliou-se a um empresário que, sistematicamente, prejudica o Benfica, tem como advogado um candidato à presidência do clube rival, apresenta uma proposta fantasma de 5 milhões (apesar de ter considerado ser nulo o seu contrato laboral) e acaba por transferir-se por 8 milhões para onde o Benfica quis, na véspera da decisão da Comissão Arbitral Paritária, pede desculpas e 30 segundos depois já diz que não disse. A não ser que este comentador tenha escrito este artigo nesses 30 segundos, parece-me que não está a ver o problema.

É que o problema é que este jogador e a sua corja (empresário e advogado), ridicularizaram e prejudicaram deliberadamente o Benfica, durante este defeso. E as consequências das suas acções só não foram maiores porque não houve medo de os enfrentar. É, se calhar, essa a maior vitória do Benfica neste processo e a grande diferença em relação a outros casos anteriores do mesmo género (por exemplo, Hugo Leal).

E enquanto estes comentadores continuarem a achar que o Benfica fez mal porque "humilhou" o jogador (adoro a utilização da expressão "ser humano" para enfatizar o estatuto de coitadinho), fechando-se os olhos aos contratos, aos compromissos e ao mais básico sentido de honra, só serão parasitas deste mesmo vácuo moral, usando-o e manipulando-o a seu bel prazer.

PS1 - A prestação do comentador benfiquista no programa "O Dia Segunte" foi paupérrima, tendo em conta que tinha ao seu lado um dos autores desta vigarice. Se teve a coragem de estar na mesma sala com tamanho lodo, então devia ter aproveitado a oportunidade para o confrontar, porque conversa de café tenho com os meus amigos, não preciso de ver a dele. Nunca se sabe se, assim, o Benfica não lhe rendia mais uns votos.

PS2 - Uma situação muito mais grave passa-se mais a norte, onde um jogador está a ser chantageado para deixar a selecção nacional. Leio no jornal que já vai no 3º dia sem trabalhar. Mas neste caso, o comentador prefere enaltecer a "frontalidade" do treinador do clube (o tal treinador disciplinador e autoritário que recuou na lista de dispensas) e falar de um "mau acto de gestão, para além de falta de respeito". Um exemplo de eufemismo, para ser usado nas escolas.

quinta-feira, agosto 04, 2005

Subjectividades

Se bem percebi:
  • Contratar um jogador e dispensá-lo logo a seguir (Sokota, Sandro, Manoel, Labarthe) é normal;
  • Recuar na decisão de dispensar 2 jogadores (Sokota e Jorge Costa) por intervenção do presidente do clube é de um treinador disciplinador e autoritário;
  • Não comprar um avançado (Tomasson) porque não se pode oferecer mais salário é motivo de gozo;
  • Aliciar jogadores de outros clubes (Wender) é o comportamento dos clubes que defendem a verdade desportiva;

E já nem discuto o mito do bom futebol, porque a equipa que o practica já sabemos qual é. O maior cego é aquele que não quer ver.