quinta-feira, dezembro 30, 2004

Não se Liga ao futebol! (II acto)

Ainda a propósito do que falámos no anterior post, Luís Sobral escreve novo comentário endereçado à Liga e que aqui reproduzimos:

Liga: apenas mais um exemplo ridículo

Nuno Gomes e o Benfica vão ter pagar a mais elevada multa desta época, 3200 euros, por o avançado ter faltado à «flash interview», no final do Benfica-F.C. Porto.
À primeira vista até nem parece muito, para quem comete aquilo que o regulamento da Liga designa por falta grave. Mas quando percebemos que é a multa mais cara até agora começamos a desconfiar.


Uma pequena pesquisa causa espanto.

Um caso grave como o que sucedeu em Guimarães (Vitória-Sporting, cadeiras arremessadas em direcção ao árbitro) custou aos minhotos 1500 euros.

A agressão em Penafiel, também num jogo com o Vitória de Guimarães, custou 2000 euros. A tentativa de agressão, uns minutos antes, valeu 1500 euros.

As palavras de José Veiga sobre Olegário Benquerença, outro exemplo (no final do Benfica-F.C. Porto), custaram-lhe 1500 euros e um mês de suspensão (já agora, suspenso de quê se não tomou posse como administrador da SAD?).

Ou seja, tudo isto (e são apenas alguns exemplos sem recurso à violência entre jogadores, no jogo, ou a declarações de treinadores no final dos mesmos) é menos grave do que faltar a uma flash interview. Pelo menos para a Comissão Disciplinar da Liga.

Desculpem lá, se isto não é ridículo, mandem por favor a vossa sugestão.

Mais nada!

segunda-feira, dezembro 27, 2004

Não se Liga ao futebol!

No seu Bilhete, no MaisFutebol, Luís Sobral fala de uma certa passividade, lentidão e mão branda da Comissão Disciplinar da Liga, em casos recentes:


Comissão Disciplinar: atirar baldes a árbitros sai barato
[ 2004/12/15 | 12:43 ] Luís Sobral

A Superliga está em roda livre.

O presidente da Liga encontra-se impedido de exercer funções, no âmbito de um processo de corrupção desportiva.

A Liga está desde Abril com um presidente interino, o director executivo Cunha Leal, naturalmente sem a força que deveria ter.

O presidente do F.C. Porto é arguido no processo «Apito dourado».

O presidente do Sporting diz que a investigação judicial em curso é coisa pouca e abre uma nova frente, o dinheiro sujo das transferências.

O presidente do Benfica acusa toda a gente de cobardia, mas à excepção de um «DVD voador» e da mais triste conferência de imprensa do futebol português recente, desconhece-se qualquer ideia construtiva.

Há árbitros e auxiliares impedidos de exercer a sua actividade, também arguidos no processo de corrupção desportiva.

No meio de tudo isto, exigia-se que pelo menos a Comissão Disciplinar da Liga desse alguns sinais de empenho e procurasse ser exemplar.

No entanto, é exactamente o contrário que se verifica.

Esta terça-feira ficámos a saber que finalmente, dois meses depois (!), haverá um inquérito ao caso dos bilhetes no Benfica-F.C. Porto. Recorde-se que esse tema valeu uma semana de tensão e contribuiu para instalar um clima de guerra no jogo mais importante da Superliga até ao momento.

A mesma CD decidiu punir com 3500 euros o Penafiel e abrir um inquérito ao presidente do clube, António Oliveira.

A multa até parece elevada, mas se virmos as imagens percebemos que é profundamente inadequada ao que de facto se passou. Um auxiliar foi alvejado com uma garrafa e um balde. O jogo esteve interrompido dez minutos.

Na prática, é como se nada se tivesse passado. O clube pagará a multa e na próxima jornada lá estarão os mesmos adeptos, incapazes de um comportamento cívico e desportivo, a tentar pressionar a equipa de arbitragem. Recorrendo para isso a todos os meios.

Resta apenas uma dúvida: se da próxima vez o balde acertar na cabeça do árbitro qual será a multa? Aposto em 4500 euros...


Em primeiro lugar, tenho estranhado que estas pequenas crónicas de Luís Sobral apareceçam cada vez mais escondidas no site. Nem a uma referência na página inicial têm direito, o que é, no mínimo, bizarro, sendo Luís Sobral o director da publicação.

Voltando ao essencial, este reparo à Comissão Disciplinar só peca por tardio. Desde que o futebol profissional passou a ser tutelado e organizado pela Liga de Clubes que se tem assistido a decisões perfeitamente bizarras, de ambas as Comissões (Disciplinar e Arbitral). Castigos que já não são castigos, processos arquivados com provas mais do que evidentes, jogadores castigados 2 meses depois da infracção em véspera de jogo importante (sim, estou a falar de Jardel num Sporting-Benfica) são apenas as asneiras mais sonantes.

Mas, quanto a mim, o que mais me choca é a incapacidade da Liga exercer a disciplina sem contemplações, protegendo sobretudo o espectador e o intérprete do futebol espectáculo. Vejamos:

Manuel Fernandes rasteirou um adversário por trás, sem bola. É expulso e castigado com 2 jogos. Benny McCarthy deu 2 socos a um adversário. É expulso e castigado com 2 jogos. Qual é a diferença entre estes 2 lances para lá da cor da camisola? Será difícil perceber quem deveria ter tido um castigo de 5 ou 6 jogos? Este tipo de atitudes pedagógicas só iriam proteger o nosso já débil futebol, afastando cada vez mais os jogadores violentos e sarrafeiros. Há falta de coragem.

António Oliveira é presidente do Penafiel e agora dono de 10% da SAD do FCP. Em primeiro lugar, ainda não ouvi ninguém d'O Jogo a referir que esta situação é imoral, como ouvi acerca de José Veiga e referi aqui no blog. Atira baldes e garrafas ao árbitro, incita à violência, é multado em 3500 euros. Até o pobre Avelino Ferreira Torres já deve estar a pensar comprar acções do FCP para que o Marco não seja castigado na sua próxima explosão. Aparentemente, o investimento em títulos compensa, mesmo quando a economia aperta! Melhor: Miguel e Nuno Gomes aparecem no balneário do Benfica-Estoril, sem estarem sequer na ficha de jogo, e são alvo de processos disciplinares da Liga, graças ao inefável Delegado que não perdeu tempo a anotar as gravíssimas infracções dos cidadãos (porque naquele jogo não eram jogadores)! Se eu lá estivesse, também seria?

Luís Fabiano foi inscrito já com o campeonato a decorrer. O FCP adiou o seu jogo com o U.Leiria, que deveria ter sido disputado ainda sem Luís Fabiano. Claro que a Liga baralhou todos os regulamentos e voltou a dar, perdendo-se em precisosismos da linguagem dos regulamentos para explicar o inexplicável e abrir este espantoso precedente. Mais uma vez, falta de coragem.

Jorge Costa, em Guimarães, atropelou o fiscal de linha (e não me digam que foi sem querer!). Ninguém falou, ninguém viu, ninguém se queixou. Na Premier League, tocar no árbitro dá castigo, quanto mais intimidá-lo e agredi-lo fisicamente. Falta de coragem.

O Sporting acaba de antecipar o seu jogo para a Taça de Portugal para limpar o cartão de Liedson. Embora os pobres regulamentos o permitam (se calhar mais pelo seu vazio do que pelo texto propriamente dito), isto é incrivelmente promíscuo, anti-desportivo e vergonhoso. A Liga não se pronunciou, a Federação também não. É tempo de acabar com a troca de castigos entre provas. Ou então, punir de forma mais severa um jogador que tenta ser admoestado.

O Benfica vai ser alvo de processo disciplinar por causa dos bilhetes do Benfica-FCP. Era assumido pela Direcção que tal ia acontecer. Mas continuo a não ver regulamentação no sentido de baixar os preços dos bilhetes para mpedir que se paguem mais de 50 euros por um jogo num campo sem condições, entre uma equipa que só defende e outra que tenta fazer pela vida. Isto acontece em todos os jogos fora do Benfica. Também não há Liga para isto.

Quanto a adeptos, já nem vale a pena falar. Onde há azul e branco, há confusão. Na Luz, em Alvalade, em Guimarães, no Bessa, em qualquer lado. E se não fosse A Bola pouco saberíamos das perseguições automobilísticas que os Super-Escarretas fazem à sua equipa quando há derrotas. E nem quero começar a pensar nas facadas em Alvalade ou nas pilhagens das Auto-Estradas. Ou serão só os desordeiros da Luz que atiram pedras?

O futebol profissional é uma realidade. A regulamentação, gestão e organização profissional são uma miragem. E quem é que ganha com isso?

quinta-feira, dezembro 23, 2004

Tiradas à Arguido da Costa

Utilizando a linha de raciocínio do arguido mais asqueroso do país, gostava de colocar o seguinte comentário:
O F.C. Porto, nos últimos dois jogos da superliga (Moreirense em casa e Marítimo fora), não marcou nenhum golo. No entanto, ganhou um e empatou outro.

PS: Sobre o Benfica vs Rio-Ave, o arguido asqueroso comentou: "Marcaram dois golos e empataram 3-3"
O invejoso já teve o seu quinhão. E não vai ficar por aqui...

Contrastes

Apetecia-me escrever sobre o Marítimo-Porto, sobre o exemplo quase académico de um fora-de-jogo providenciado pelo "Ainda-não-vi-nada-de-Fabuloso" Luís Fabiano e sobre o tradicional (mais do que o bacalhau na ceia de Natal) assobio para o lado da imprensa desportiva.

FPVC já o fez por mim no Queridos Jornalistas Desportivos, por isso limito-me a citá-lo, ao referir os comentários do hilariante Joaquim Rita:
Marítimo-FCP, 22/12/2004
Sobre o lance do ESCANDALOSO fora de jogo que deu o golo do FCP: «Foi realmente um pequeno deslize do árbitro assistente»...

Benfica-Estoril, 06/12/2004
Sobre o resultado do jogo, que envolveu um lance que deu o 1º penálti ao Benfica na SuperLiga de 2004/2005: «Um resultado falseado pelo lance de karadas»...

Marítimo-FCP, 22/12/2004
Sobre o paupérrimo jogo do FCP durante toda a 2ª parte (com a excepção dos últimos 10 minutos de jogo, os 5 regulamentares e os 5 suplementares...), Joaquim assinala, «vimos claramente que alguns jogadores do Porto atravessam uma fase de menor esplendor»...

Benfica-Estoril, 06/12/2004
Sobre o nível do jogo do Benfica perante o Estoril, «Neste Benfica, a corda esticou ao limite»..., ou seja "não dá mais que isto"... Isto dito sem o mais pequeno descaramento, sobre uma equipa que tinha acabado de ganhar o jogo, com dois terços da equipa lesionada, com 10 jogadores, fazendo o mesmo tipo de jogo (de contenção), com que o FCP na jornada anterior tinha "segurado" a (o) vitória em Setúbal, também com 10 elementos... Em Setúbal, imagino que Joaquim teria dito qualquer coisa do género, "esteve em campo uma equipa personalizada e muito experiente"...


Certíssimo, como sempre, caro FPVC!

domingo, dezembro 12, 2004

A Mafia do futebol III

Enquanto estiver disponível, é de leitura obrigatória o artigo de opinião que Daniel Reis (uma espécie de Leonor Pinhão, a nossa mentora, só que para os lagartos...) escreve n' A Bola de 10 de Dezembro.

Deixo aqui algumas passagens (o artigo divide-se em vários pontos), mas sem dúvida que todo artigo é excelente...

"(...)

5 - Reporta-se essa história ao tempo emque os cartões começaram a fazer mossa no futebol profissional. A Associação do Porto já por essa altura comandava a arbitragem e escolhia os seus chefes com o placet não declarado do Papa do futebol. Treinadores conheci, então, que juravam adivinhar que árbitro lhes seria destinado, na jornada precedente ao seu jogo com o FC Porto. E não é que acertavam, sempre, pois eram-lhes enviados osmais famosos na arte de amarelar quem estava no limite da suspensão?

6 - Um dia perguntei a um desses treinadores se acusava alguém, especificamente, por este controlo à distância das nomeações, para afastar indirectamente dos jogos com o FC Porto os jogadoresX,YouZ.Ejáporessetempo o objecto de todas as suspeições era outro (o seu famosíssimo treinador à época) e não o dirigente que mandava no futebol portista.

7 - Como se previa, não foi a voz de Pinto da Costa a apanhada nas velhas escutas telefónicas da Judiciária, quando alguém pelo FC Porto negociou os quinhentinhos com o árbitro José Guímaro. Foi a de Reinaldo Teles. E na ordem de pagamento das férias do árbitro Calheiros, gozadas no Brasil, a assinatura válida era também a de um subalterno qualquer, subitamente investido da autonomia adequada a tal acto.

(...)

9 - Para meu espanto, já foi a voz do presidente, em pessoa, que apareceu ao telefone com Pinto de Sousa (segundo relatos do Apito Dourado- I) a encomendar um árbitro para um jogo da Taça. Talvez se explique o deslize pelo facilitismo, que o demandante não cultivava noutros tempos. Mas compreende-se: quem tantas encomendas do género fez com sucesso, directamente ou por interpostos mensageiros, ia lá agora admitir que as coisas mudaram e até um simples favorzinho, de presidente a presidente, levantasse suspeitas?


10 - Recordam-se da sugestão de Dias da Cunha, para serem apurados os montantes em trânsito e os destinatários efectivos do dinheiro pago a mais pelo FC Porto para desviar o jogador Paulo Assunção do Sporting? Presumo que esta transferência seja uma das que estão sob investigação. Mas Pinto da Costa também nada deve ter a ver com o caso. Nem ele, nem o presidente do Nacional. E o mais certo é provar-se que o tal empresário Araújo, também apanhado na teia, foi o único que lidou com esta e outras massas menos recomendáveis."

A mafia do futebol II

Atente-se a esta espantosa entrevista de Octávio Machado ao Correio da Manhã de Sábado, 11 de Dezembro de 2004

Da mesma, fica esta pequena transcrição.

"CM: Ficou surpreendido com as evoluções do processo ‘Apito Dourado’?

OM: – Eu, que ando há quarenta anos no futebol?! Fui a primeira pessoa a falar do sistema. Dez anos antes de Dias da Cunha o fazer. Pensa que alguma vez vou esquecer o que vivi antes do jogo Gil-Vicente-FC Porto na época de Carlos Alberto Silva. Foram os momentos mais traumatizantes da minha vida e da minha carreira. Esse jogo determinava a descida de divisão do Gil Vicente, treinado por António Oliveira, caso a equipa perdesse contra o FC Porto, na altura do jogo já campeão nacional.

Não esquece porquê?

– Porque tive de lutar para que mantivéssemos a nossa dignidade.

Sofreu pressões para que o FC Porto facilitasse a vida ao Gil Vicente?
– Num telefonema chegaram a dizer-me que eu era a única pessoa do FC Porto que desejava a vitória da equipa frente ao Gil Vicente.

Quem lhe telefonou?
– Um amigo. De facto, bem vi aqueles que foram ao balneário do Gil Vicente festejar a vitória da equipa. Perdemos por 1-0, mas não perdemos a dignidade porque não cedo a pressões e disse isso mesmo aos meus jogadores no fim do jogo.

Pinto da Costa deu-lhe a entender que o FC Porto devia facilitar?
– Nunca me diria isso porque me conhece.

Algum dirigente do FC Porto o fez?

– Há muitas maneiras de fazer pressão. Posso apenas dizer que vivi momentos muito difíceis, mas tenho que deixar alguma coisa para revelar no meu livro. Mas não foi a única vez que me aconteceu. Num jogo entre a Académica e o FC Porto em que se discutia a descida de divisão da Académica, também passei por situações difíceis. Acabamos por ganhar com um golo de Raudnei, infelizmente para alguns, porque não era suposto o FC Porto ter ganho esse jogo à Académia.

Em que época se passa esse segundo episódio?

– Quando Ivic era treinador do FC Porto.

O treinador da Académica era António Oliveira...

– Exactamente.

Foi pressionado, por duas vezes, para não prejudicar duas equipas, treinadas por António Oliveira?

– Vivi momentos muito difíceis."


A julgar pela entrevista, se o sucessor do Papa no FCP for o Oliveirinha, temos que o legado de trafulhice tem a transição assegurada...

Àh pois é!...

sábado, dezembro 11, 2004

A Mafia do futebol

Há sensivelmente dois meses, desde a data de publicação de este post, recebi um e-mail com o título "A mafia do futebol", o qual terei oportunidade de publicar neste espaço.

Na altura, chamou-me a atenção o nível de detalhe que as descrições continham, deixando perceber que a fonte só podia ser alguém muito bem colocado no meio.

Quanto ao mail, dei-lhe a importância que devia: acreditei convictamente no mesmo, e guardei-o para futuras referências. Quis o destino que a sequela do caso "Apito Dourado" o tornasse de novo actual.

Terei oportunidade de transcrever aqui, todos os artigos que encontrar relacionados com o caso. Isto é importante por causa do seguinte aspecto: Não tenho qualquer tipo de provas sobre o que é dito no mail, nem tão pouco sei quem o escreveu, limitar-me-ei a transcrevê-lo. Os factos que decorrerem do avançar do processo encarregar-se-ão de confirmar ou não, a veracidade do seu conteúdo.

Para já, e como primeira "prova", depois da transcrição do email, leiam a notícia do Record de 05 de Dezembro, com as medidas de coacção aplicadas ao empresários Araujo. Um bom exercicio será cruzar os dois textos...


"A MAFIA do futebol

A MAFIA

As primeiras reuniões do Sistema realizaram-se ainda nos anos 70 e quando Pinto da Costa era secionista do andebol do Porto, eram na confeitaria 'Petulia' no Porto. Aí se começou a 'cozinhar' o Sistema.

Reinaldo Teles possui vários bares de alterne(casas de prostituição), onde se encontram com regularidade pessoas ligadas ao futebol, e onde eles enchem os bolsos da seguinte maneira:

o presidente do clube A quer subir de divisão. Paga por exemplo 30
mil contos ao sistema, que por sua vez gasta 10 mil contos em árbitros e guarda 20 mil. Sexo e dinheiro compram tudo e todos, incluindo árbitros, políticos, dirigentes,etc.

Outro truque é levarem os árbitros ás casas de meninas, filmarem tudo e depois chantagearem-nos.

Outro exemplo: o árbitro X tem algumas dificuldades monetárias, por exemplo para pagar uma letra, o Sistema empresta dinheiro. E depois exige-o de volta. Como o árbitro não pode pagar de imediato, torna-se escravo do Sistema. Como resultado as vergonhosas arbitragens a que estamos habituados. Quem não se lembra do famoso caso dos 'Quinhentinhos'?

A SUBIDA DE PINTO DA COSTA AO PODER

Por intermédio de Pedroto, os jogadores fizeram greve e se não houvesse eleições não jogariam. Houve eleições. Nas sessões de esclarecimento aos sócios de Américo de Sá(que era o presidente), o nosso 'amigo' Reinaldo Teles arranjava uns capangas, para armarem porrada e as sessões nunca chegavam ao fim. Isto e a greve dos jogadores veio dar força a PC que ganhou as eleições. Os jogadores pararam logo a greve e foi assim que o MAFIOSO chegou ao poder(com dinheiro do dono da Petúlia(IlídioPinto), que mais tarde se mostrou desgostoso, pois tinham-lhe prometido a vice-presidência e depois nada. Só anos mais tarde chegou a dirigente do clube. Já agora, o Pintinho gosta de pensar em si próprio como o Al Capone português.

O SISTEMA E O CLUBE

O sistema não é o Porto clube. São as pessoas que lá estão. Os sócios do Porto sem se aperceberem estão a alimentar uma máquina de fazer dinheiro. Mas o dinheiro que entra no clube é muito pouco, pois grande parte é para o Sistema.

Também há tráfico de droga. O autocarro do Porto foi revistado na portagem dos Carvalhos há uns anos atrás e passados meses foi preso Mariano(antigo jogador do Porto), que foi bode expiatório a troco de dinheiro.

Com certeza já ouviram falar de Lucianno de Onofrio. Na sua família encontram-se membros da Camorra. Esse empresário trabalha com o Porto e faz parte do Sistema. Este e outros empresários portugueses e estrangeiros trabalham com o Porto e alguns deles estiveram envolvidos no escândalo de corrupção do clube francês Olympique Marseille. Eles trabalham assim:

COMO VENDER JOGADORES MISERÁVEIS POR MILHÕES DE CONTOS

Eles compram um jogador médio, barato, ele faz uns jogos pelo Porto e depois é vendido a um clube estrangeiro amigo por uma fortuna. Nesse clube amigo eles têm um treinador(normalmente um ex-treinador do Porto) que trabalha com a MAFIA ou um empresário de jogadores. Eles convencem esse clube a comprar o tal jogador do Porto por milhões de contos e normalmente é assim que o bolo é dividido:

Sistema(MAFIA)-50%
FC Porto-30%
o treinador ou o empresário-20%

Exemplo:
Foram buscar o Jorge Plácido(um jogadorzeco dos anos 80) bem barato, fez meia dúzia de jogos pelo Porto e depois foi vendido por um balúrdio ao Matra Racing de Paris. Quem era o treinador do Matra?
O Artur Jorge. O bolo foi dividido assim:
Artur Jorge-20%
Sistema-50%
Porto-30%
E ficaram todos a ganhar e contentes menos o Matra Racing.

E as vendas de vários outros jogadores fizeram-se através de empresários amigos que inflaccionaram o valor e o preço dos jogadores do Porto: Emerson(Midlesbrough), Doriva(Sampdória), Domingos(Tenerife), Baía(Barcelona) Fernando Couto(Parma), Rui Barros(Monaco), Folha(Standard Liége), Latapy(Espanha), Mielcarsky(Spain),etc, a lista é
interminável.

Lembram-se daquele guarda-redes frangueiro Krajl? O Porto tinha que se despachar dele. Quem foi o pato? O PSV Eindhoven que era treinado pelo Bobby Robson.

Outros nomes que talvez vos digam algo: Tomislav Ivic, Manuel Barbosa, José Veiga(que já se zangou e fez as pazes com o FCP umas 10 vezes, tudo teatro para enganar o Benfica e o Sporting, e os poder minar por dentro).

MARINHO NEVES
Muitos jornalistas tentaram há alguns anos atrás denunciar e expôr a MAFIA do futebol. Mas foram ameaçados e espancados pelos capangas do FCP(cujo nome oficial é Corpo de Segurança Privado).
Marinho Neves foi um corajoso jornalista. Escreveu o livro 'Golpe de Estádio' onde de forma romanceada ele conta a história da MAFIA com nomes falsos. Antigo jornalista do Norte Desportivo e Gazeta dos Desportos já o espancaram várias vezes, para ele se calar. Colaborou com a SIC nos Donos da Bola. O livro teve algum sucesso há 3/4 anos, mas agora está esquecido.

Por falar em G. Abel ele está todos os domingos que o Vilanovense(Gaia) joga em casa lá está ele no campo. Talvez ele diga algo, uma vez que foi traído pelos ex-amigos do sistema. Benfiquistas do Norte vejam se lhe conseguem arrancar alguma coisa.

Agradeço a um benfiquista de Gaia pela sua ajuda.

Estas denúncias chegaram-me de um tipo que se diz antigo jornalista do jornal O Jogo.

O Reinaldo Teles passou as casas de prostitutas para nome de um tipo que ainda não sei quem é porque dava muito nas vistas, visto que o Granada, o Calor da Noite, Diamante Negro, entre outros, que eram os mais frequentados na altura, era onde se faziam algumas transacções de droga.

O próprio Reinaldo Teles foi apanhado em frente á alfândega do Porto num mercedes cheio de droga, mas muita gente 'comeu' às custas disso e nunca se soube nada, até um jornalista do 'Público' teve uma 'prenda' do Reinaldo Teles quando o próprio descobriu a história.

Em relação ao guarda Abel, ele não foi traído, mas sim 'aconselhado', mas ficou bem na vida... Só que ele é um granda putanheiro que estourou tudo no jogo e nas putas, agora tem umas tipas a render para ele.

Em relação á Olivedesportos, quando o Benfica quebrou o contracto, depois do Vale e Azevedo se tornar presidente, o Guilherme Aguiar, o Pinto da Costa, Manuel Tavares(editor do jornal O Jogo), Ronaldo Oliveira(filho do Oliveira), António Oliveira(o ex-treinador do Porto) e mais uns tipos que não me recordo agora, reuniram-se na sala de reuniões do jornal O Jogo, para tomar medidas no 'sistema' para o Benfica sofrer represálias intimidatórias, tanto a nível de imprensa como a nível federativo (Liga incluída). Obviamente que esta reunião foi 'off-the-record'. E muitas mais merdas. As mais banais eram as notícias fabricadas ou as inflamadas. Porque segundo o Jorge não sei das quantas, o responsável financeiro ou qualquer coisa do género do jornal O Jogo, 'o Benfica é que vende'.
Mandaram um sócio do Porto pagar a um cunhado para dizer que o jornal o tinha subornado para dizer mal do FCP. Este caso até passou nos 3 canais de TV."


E agora, a notícia do Record...


PC VIU VALIDADO MANDADO DE DETENÇÃO
Araújo implica os dragões


Acusado de cinco crimes de corrupção desportiva, António Araújo foi ao mesmo tempo impedido pela juíza que tutela o processo Apito Dourado de frequentar "o Estádio do Dragão ou qualquer casa de alterne". O empresário de Diego e de Leandro terá de entregar o seu passaporte e só saiu em liberdade mediante uma caução de 100 mil euros, estando também proibido de contactar Pinto da Costa, Augusto Duarte, Jacinto Paixão, Manuel Quadrado, José Chilrito, José António Pinto de Sousa (ex-presidente do Conselho de Arbitragem da FPF), Francisco Costa (ex-vogal do CA da FPF), outros árbitros de futebol e dirigentes do FC Porto ou da sua SAD.

Pinto da Costa, por seu lado, viu o mandado de detenção emitido pelo Ministério Público ser validado pela juíza Ana Cláudia Nogueira, tendo-lhe sido "restituída a liberdade" devido à demora no interrogatório a António Araújo e pelo facto de o presidente portista se ter apresentado no tribunal de forma "voluntária e espontânea". O que terá de fazer novamente 3ª feira, às 9 horas, pois na 2ª feira a juíza não tem agenda.

António Araújo começou a ser ouvido às 20 horas de sexta-feira e o interrogatório terminou poucos minutos antes das três horas de ontem. Na próxima 2ª feira, o empresário terá de entregar o seu passaporte na secretaria do Tribunal de Gondomar e tem dez dias para prestar a caução que o vai manter em liberdade.

Face às medidas de coacção que lhe foram aplicadas, é de admitir que as acusações que visam António Araújo envolvam o FC Porto e alguns dos seus dirigentes, como o atesta o facto de estar impedido de frequentar o Estádio do Dragão e de contactar dirigentes do clube e da SAD.

O processo Apito Dourado acumula agora um total de 177 crimes e são conhecidos 22 arguidos.

Prostitutas brasileiras em foco

Todos os indícios continuam a apontar para factos ocorridos na noite anterior ao jogo FC Porto-Estrela da Amadora (mas não só), disputado no passado dia 24 de Janeiro, com os dragões a vencerem por 2-0. Prostitutas brasileiras, entretanto ouvidas pelo MP, terão prestado serviços a terceiros, tendo António Araújo conduzido a operação após ordem superior. As buscas entretanto realizadas tiveram como objectivo encontrar documentação que reforce a acusação que estará pendente.


Fiquem atentos ao desenvolvimento...

sexta-feira, dezembro 10, 2004

O seu a seu dono

Não é segredo para ninguém qual é o tom clubístico dos autores deste blog. Somos ambos benfiquistas devotos e, nessa medida, tentamos falar daquilo que achamos que são anti-benfiquismos. No entanto, este post não falará de um benfiquista, mas de um sportinguista. Concretamente, do seu presidente.

Na sequência do que tem sido uma constante e cobarde indiferença da grande maioria dos órgãos de comunicação social aos últimos acontecimentos no caso Apito Dourado, não é de estranhar que não tenha sido ouvida a voz que mais se ergueu contra este "sistema em estertor", como diz Leonor Pinhão.

Há algum tempo, o Dr. Dias da Cunha falou de um sistema com 2 cabeças, identificando-as muito antes do Apito Dourado, um sistema que pagava favores com favores. Foi enxovalhado, ridicularizado e acusado de cobardia por não concretizar ainda mais as suas já esclarecedoras declarações ou por tentar desculpar algumas exibições menos conseguidas.

Hoje, as 2 cabeças de que se falava são agora arguidos e os favores são já públicos. Hoje, sabemos do que falava o presidente do Sporting. Mas, hoje, ainda não vimos um orgão de comunicação social que seja a pedir-lhe opinião.

Pergunto: não seria isso interessante ouvi-lo? O presidente do 2º maior clube do país, eterno candidato ao 1º lugar? Porque é que este senhor não tem direito a falar?

Para estes cobardes, antes quebrar que torcer e a conversa com o Dr. Dias da Cunha seria apenas para lhe darem finalmente razão e isso não pode ser. É pena que não o façam porque ele merece. Para ele, uma palavra de reconhecimento por tentar chamar a atenção para esta vergonha.

quinta-feira, dezembro 09, 2004

And now, for something completely different...

A SAD do FC Porto informa, em comunicado:

2 - Quando [Pinto da Costa] se apresentou em Tribunal, de livre e espontânea vontade, no transacto dia 3 de Dezembro, tomou conhecimento da existência de um mandado destinado a obter a sua comparência, que, nos termos da lei lhe foi notificado, pelo que solicitou ele próprio a sua constituição como arguido, do qual decorre, indissociavelmente, a prestação de Termo de Identidade e Residência;

Solicitou? Solicitou ele próprio a sua constituição como arguido? Isso é possível? E significa o quê?

Imagino o diálogo, em pleno Tribunal:

PC: Meretíssima, por favor, constitua-me arguido.
Juíza: OK, sr. Pinto da Costa. Vamos lá arranjar aqui uns crimes para si... Que tal falsificação de documentos e corrupção activa?
PC: Excelente, Meretíssima.
Juíza: Então e o senhor considera-se culpado ou inocente?
PC: Inocente, claro, Meretíssima!


Este comunicado é uma patetice e uma palhaçada, para citar Rosa Santos, pegada. O que me surpreende em tudo isto é que a preocupação não é em saber a verdade, mas sim em defender fanaticamente esta personagem. Espero que cheguemos à verdade e que haja coragem para agir de acordo com os regulamentos da competição:

Artigo 51.º (Corrupção da equipa de arbitragem)

1. O Clube que, através da oferta de presentes, empréstimos, promessas de recompensa ou de, em geral, qualquer outra vantagem patrimonial ou não patrimonial para qualquer elemento da equipa de arbitragem ou terceiros, directa ou indirectamente, solicitar e obtiver, daqueles agentes uma actuação parcial por forma a que o jogo decorra em condições anormais ou com consequências no seu resultado ou que seja falseado o boletim do encontro, será punido com as seguintes penas:
   a) Baixa de divisão;
   b) Multa de € 50.000 (cinquenta mil euros) a € 200.000 (duzentos mil euros).


Claro como água.

quarta-feira, dezembro 08, 2004

O silêncio é dourado

Dado que a maioria dos orgãos de comunicação social está mal informado ou não quer informar, eis o que diz o Jornal de Notícias, sobre o Apito Dourado:

Manipulação da disciplina e favores de árbitros

Ana Cláudia Nogueira validou ontem a tese do Ministério Público, relativamente aos cinco crimes. O primeiro crime de tráfico de influências já envolvia Valentim Loureiro e diz respeito a um jogo da Taça de Portugal que teve como árbitro Martins dos Santos, alegadamente escolhido por Pinto da Costa, onde o clube defrontou e ganhou o Rio Ave. O segundo crime tem a ver com a penalização de Mourinho e de Deco e pressupõe uma intreferência no procedimento disciplinar. Os crimes de corrupção dizem respeito a uma actuação de Augusto Duarte e a outra com a equipa de arbitragem de Évora. No primeiro caso, Pinto da Costa teria oferecido como contrapartida ao árbitro a promessa de uma melhor classificação, enquanto no segundo a corrupção teria passado por oferecer favores sexuais, na noite anterior ao jogo com o Estrela da Amadora. O último crime, de falsificação de documentos, tem a ver com a classificação dos árbitros. Aí, Pinto da Costa surge indiciado na forma de cumplicidade, ao que tudo indica com Pinto de Sousa.


Estranho a ausência de dissecações deste caso nos principais jornais e rádios. Porque será?

Escandaloso



Absolutamente escandaloso, intolerável e de péssima educação a análise de Rosa Santos n'O Jogo ao trabalho do árbitro Pedro Pereira no Benfica-Estoril.

Foi um penálti do "sistema". O Benfica, em vez de ir buscar um jogador, foi buscar um palhaço. Karadas só fez palhaçadas e, em Portugal, precisamos é de bons jogadores e não de palhaços. O benfiquista devia ter visto um amarelo por simulação.

Nem Jorge Coroado conseguiria ser assim tão sincero. Notável. Rosa Santos estava claramente em dia não. Talvez o dia lhe tenha corrido mal. Talvez até nem lhe apetecesse ver o jogo. Aliás, permanece, em mim, uma grande dúvida sobre a forma como o Tribunal do Jogo vê todos os jogos e publica (da responsabilidade de Jorge Coroado) uma análise semanal ao trabalho dos árbitros, pontuada com estrelas. Mas, não fugindo ao assunto, Rosa Santos não estava bem disposto. Se calhar, anda preocupado com algumas notícias que vêm do Norte, e que até já implicaram um quase vizinho seu. Ou então, tem esse recalcamento de nunca ter seguido a vida de artista de circo, de nariz vermelho e cabeleira colorida. Fez figura triste. Como o fez ao longo da sua carreira.

Aguardo, com muita expectativa, que a direcção editorial d'O Jogo emita, pelo menos, um pedido de desculpas ao jogador. É o mínimo.

Subscrevo a palavra de incentivo do presidente ao plantel, a cumprir o seu papel numa altura em que as exibições não são de encher o olho:
Quero deixar uma palavra de muito apreço aos nossos profissionais. Ontem [segunda-feira] as coisas não nos correram muito bem, mas logo a seguir fomos vítimas de ataques por parte de alguma comunicação social, sem justificação alguma. Chegámos ao ridículo, por exemplo, de, no jornal O Jogo o ex-árbitro Rosa Santos chamar palhaço ao Karadas. Recordo-me perfeitamente de quando esse senhor era árbitro e não vale a pena estar a falar do seu passado...

sexta-feira, novembro 26, 2004

Canção de Lisboa

Por norma, apenas nos jogos fora vejo o Benfica na TV. Ganhei desde os 5 anos o hábito de me deslocar ao Estádio da Luz de 15 em 15 dias e o vício do futebol ao vivo foi ficando. Este meu ritual impede-me de ter acesso às pérolas e ao veneno dos jornalistas desportivos que asseguram o relato e comentário nas transmissões televisivas.

Ontem, por compromissos profissionais, não me pude deslocar ao Estádio. Tive pois o prazer de acompanhar o jogo pela RTP e assistir a um comovente flirt entre o locutor de serviço, Alexandre Albuquerque, e a repórter no relvado, Cláudia Lopes. Com deliciosas e carinhosas piadinhas, o par-de-jarras polvilhou o jogo com a velha receita de Mário Wilson: "Os jogadores do Benfica precisam de amor".

Mas aos 15 minutos, o verniz estalou entre o casalinho. Petit é substituído, diminuído fisicamente. Alexandre Albuquerque não perde tempo:
Esperemos que não seja como Miguel, que no último jogo jogou sem estar em condições.

Mais bem informada, responde a repórter:
Mas, Alexandre... O Miguel teve mais propriamente um azar do que um agravamento de qualquer lesão. Porque foi na outra perna e foi uma entorse, e não uma lesão muscular, o que lhe aconteceu no jogo com o Rio Ave.

Vencido, mas não convencido, Alexandre Albuquerque:
Sim... Mas o jogador estava a uns 30 ou 40 por cento.

Perante tal conhecimento científico na área de medicina, o bastante para quantificar a condição física de um jogador e avaliar o impacto de uma lesão numa perna na perna contrária, surgia na minha mente, apenas a melodia do célebre filme com Vasco Santana:

Lisboa já tem, agora em mim um doutor....

Departamento clínico do Benfica, cuidado! Ele até sabe o que é o esternocleidomastoideu!

sexta-feira, novembro 19, 2004

Entrelinhas

O jogador Luisão deslocou-se durante a semana passada ao Brasil, para representar a sua selecção no jogo com o Equador. Preocupado, o Benfica, entidade patronal, terá feito diligências para assegurar o regresso do jogador a tempo de preparar o jogo da Super(?)Liga.

Tal facto foi noticiado no Record de dia 13 de Novembro, em peça de Nuno Miguel Ferreira, onde se lia:

O Benfica decidiu contribuir para o aluguer de um avião de forma a transportar Luisão de regresso à Europa após o encontro da selecção brasileira, no Equador, agendado para o próximo dia 17 (quarta-feira).

A factura será dividida pelo Barcelona, Real Madrid, Olimpique de Lyon, Hertha de Berlim, Benfica e Monaco, clubes interessados em contar com os respectivos jogadores para os jogos do fim-de-semana.


Louvo a atitude do Benfica enquanto lamento que estas despesas não sejam comparticipadas igualmente pelas respectivas federações. Mas isso são contas de outro rosário.

A razão deste post prende-se com o tratamento dado por alguma imprensa a este regresso de Luisão. Vejamos.

Título do mesmo artigo do Record:
Luisão apanha boleia no avião das estrelas

A Bola:
Luisão à boleia
[...]
Luisão acaba por chegar um dia mais cedo que o habitual, uma vez que aproveitou a boleia do avião fretado pelo Real Madrid e Barcelona para trazer os seus jogadores que estiveram ao serviço da selecção canarinha, que jogou no Equador.


Nem vale a pena explicar que Luisão não viaja à boleia porque pagou o bilhete. Uma possível razão para o processo mental dos jornalistas (se o houve) é um preciosismo de linguagem, assumindo que Luisão não vinha a conduzir o avião. Nessa caso, o título "Ronaldo apanha boleia" seria ainda mais apetecível para os leitores.

O tom mesquinho destes artigos não disfarça a imensa vontade de catalogar o Benfica como caloteiro ou Luisão como clandestino. Esta tendência é de profunda injustiça para uma direcção que tem feito o possível para resolver todos os diferendos legais do Benfica, herdados de direcções passadas. Esta bem-sucedida e esforçada cruzada de recredibilização merece, quanto a mim, destaque e não este tipo de linguagem sensacionalista ou de simples pequenez.

Para a posteridade, eis o reconhecimento d'O Jogo (!!), na pessoa de Vitor Rodrigues:
REGISTO
Menos um caso

O executivo liderado por Luís Filipe Vieira, no seguimento da política encetada pelo seu antecessor, Manuel Vilarinho, solucionou mais um imbróglio jurídico-desportivo, chegando a acordo com o Marítimo para a resolução do "caso Tiago", que remontava à longínqua época de 96/97. Restaurar a credibilidade e a transparência do clube foi uma das palavras de ordem da anterior e também da actual Direcção, algo que, sem dúvida, está a acontecer com a limpeza de inúmeros actos de (má) gestão desportiva de outros dirigentes.

quarta-feira, novembro 10, 2004

Breve desabafo

A "implacável" (e estou, surpreendentemente a citar "O Jogo") vitória do Benfica sobre o Vitória culmina um período de violento assédio da imprensa desportiva sobre a equipa. A este constante ataque ainda voltaremos, assim que os afazeres profissionais o permitam.

Apenas duas citações, de quem ainda não ficou convencido (ou não quer ficar) de que o Benfica está a dar luta:

Hélio Nascimento no Record
Qualidade teve o Benfica, perante o V. Setúbal, tirando partido de uma agradável coincidência: os seus principais jogadores arrancaram uma exibição de nível acima da média.

Comentador da TVI, no Benfica-Vitória, citado por FPVC no "Queridos jornalistas desportivos"
Benfica e Setúbal jogam no Estádio da Luz, o resultado está em 3-0, e diz o comentador da TVI, «3 falhas da defesa do Vitória»!...

Conseguirá um dia o Benfica ganhar o jogo por mérito próprio? E se o conseguir será apenas uma "agradável coincidência" ou fruto do trabalho diário de todo o plantel? Há gente muito muito doente...

quinta-feira, outubro 28, 2004

Lucidez

José Manuel Delgado escreve, n'A Bola de 27/10/2004 um interessante artigo sobre o proteccionismo obsessivo das entidades reguladoras da arbitragem.

Prevaricador-pagador
Se Benquerença e auxiliares não podem ser penalizados pelo que aconteceu mas não viram, será que Mário Mendes e auxiliares podem ser penalizados pelo que viram mas não aconteceu? Os árbitros devem estar sujeitos ao princípio do prevaricador-pagador

REPITO uma ideia que me parece de elementar justiça: os árbitros da actual geração são, genericamente, bacteriologicamente mais puros que os antecessores imediatos, menos permeáveis a sugestões, mais senhores do seu nariz e feitos de uma massa mais consistente, nas várias vertentes que importam ao caso, ou seja, na preparação técnica e física, na valia académica e na abordagem clean que fazem aos jogos. Daí que, depois de anos a fio de pé atrás relativamente aos enganos dos árbitros, esteja agora razoavelmente certo de que a má fé do passado já não tem repetição e os erros que vão surgindo se fundam em algo que não tem a ver com as redes organizadas que marcaram o final da década de 80 e os princípios da década de 90 e tiveram tradução prática na irradiação de Francisco Silva e na condenação de José Guímaro.

Em plena crise da arbitragem nacional, com o Benfica justificadamente em pé de guerra e o Sporting sempre a suspeitar das intenções do sistema, julgo ser este o momento de identificar alguns erros que têm sido sistematicamente cometidos pelos responsáveis da arbitragem que, num afã doentio, alegadamente em defesa dos árbitros, mais não têm feito que contribuir para o seu descrédito. Por uma questão de actualidade, que tal puxarmos o filme atrás e debatermos os jogos do Benfica com o FC Porto e o Nacional?

No clássico, Olegário Benquerença (que considero um homem honesto e um árbitro de qualidade, merecedor das insígnias da FIFA, que ostenta) falhou em dois casos: na grande penalidade de Seitaridis, por culpa própria, e no golo de Petit, por mau desempenho do auxiliar (ao contrário do que foi escrito, o árbitro assistente tinha obrigação!!! de ver que Baía foi buscar a bola dentro da baliza, sem que para isso precisasse de estar em cima da linha de fundo). Em suma, um trabalho deficiente da equipa de arbitragem gerou um resultado desvirtuado, algo que, para o futebol, é... devastador. Ora, em vez de esta situação ser assumida, com maturidade, pela Comissão de Arbitragem da Liga, o seu presidente saiu a terreiro para defender, penosamente, o indefensável, enredando-se em argumentos ridículos que acabaram por virar-se contra a classe.

Depois, após a divulgação, pelo jornal O Jogo, da nota do árbitro, foi a vez de a APAF desatar aos tiros nos pés, histérica com a fragilização que daí podia decorrer para os seus filiados. Será que nem Luís Guilherme nem Vítor Reis percebem que, quanto mais se souber que os erros dos árbitros são penalizados (logo dessacralizados e desdramatizados), mais fácil se torna o seu dia-a-dia? Será que nem a Comissão de Arbitragem da Liga nem a APAF percebem que, de tanto quererem proteger os árbitros, estão a assassinar a sua credibilidade? Neste caso a aplicação do princípio do prevaricador-pagador é a única aceitável, a única, aliás, que pode fazer a diferença entre os árbitros que erram muito e aqueles que erram menos, a única que descansa não só os agentes do futebol mas, sobretudo, o povo do futebol, quanto à verdade que rodeia os jogos e os resultados.

No Benfica-Nacional, Mário Mendes enganou-se, ao ver o que não aconteceu, já que ninguém tocou na bola rematada por Alexandre Goulart. Pergunta à CA da Liga e à APAF: se Benquerença e auxiliares não podem ser penalizados pelo que aconteceu mas não viram, será que Mário Mendes e auxiliares podem ser penalizados pelo que viram mas não aconteceu?

Meus senhores, os árbitros são o elo mais fraco. Defendam-nos como deve ser!


quarta-feira, outubro 20, 2004

Ou há moralidade ou comem todos (parte 2)

No dia 17 de Setembro, rebatemos aqui no Anti-anti-Benfica, um artigo do editor d'O Jogo, sobre a alegada imoralidade do Benfica poder vir a ganhar o campeonato graças a uma diferença pontual que resultava directamente dos pontos conquistados frente ao Estoril Praia.

Alegava o senhor, que isso não cheirava bem, uma vez que toda a gente sabe a posição que o José Veiga tem nas SAD Estorilista.

Depois do que assistimos no último fim de semana, gostava de saber qual a opinião do mesmo senhor, sobre o facto do FCP poder vir a conquistar o campeonato, graças à não validação de um golo limpo e que de facto existiu?

É que ao contrário dos fantasmas que o Sr. Manuel Tavares começava a vislumbrar, este golo existiu e só não contou devido à desonestidade das criaturas de preto que deviam ter arbitrado o encontro em vez de o ter influenciado...

Vamos lá falar em saber receber...

Durante as duas semanas que antecederam o Benfica-Porto do dia 17 de Outubro, não foram poucas as vezes que me assolou a recordação de um tal guarda Abel. Para quem não se lembra, esta figura sinistra ligada ao FCP e, mais concretamente, ao seu inenarrável presidente, tornou-se célebre pelas práticas de intimidação que foi espalhando pelos diferentes estádios do país, sempre que acompanhava a equipa.

É enorme a hipocrisía nas declarações de alguns responsáveis portistas sobre o receber bem e dentro das regras. Rezam as crónicas da altura (1990/1991) que tanto o Benfica como o Sporting foram recebidos com ameaças de morte e gases tóxicos no balneários das Antas, tendo as equipas visitantes de se equipar nos corredores de acesso ao relvado. Se isto é o conceito de bem receber, de acordo com as gentes do FCP, alegremente me felicito pelo facto do Benfica não entrar em jogadas do género.

Isto tudo para trazer à baila um excelente artigo do Correio da Manhã, sobre o ressurgimento da sinistra figura do guarda Abel. Quem esteve atento à transmição televisiva, certamente não terá deixado de reparar que durante o tempo de antena a que Carolina Salgado teve direito, foi constante a presença de um careca de meia idade, com bigode, que parecia tudo menos um Superescarreta.

Sou forçado a conlcuir que afinal, em cerca e 15 anoas, as coisas não mudaram muito. Também nessa altura muitos inquéritos foram metidos dentro de gavetas sem fundo, prevalecendo sempre a lei dos foras-da-lei. Este é o estado marginal do futebol português, decidido, quem sabe (a opinião é minha!), em muitos bares de alterne, em noitadas de definição de estratégias bem regadas a champagne.

Passem pelo artigo do Correio da Manhã. Mesmo depois de tanto tempo, há coisas que permanecem muito actuais. Para vos aguçar a curiosidade, deixo-vos uma pequena passagem:
"Houve um repórter fotográfico que fotografou a nossa equipa a vestir-se num corredor, porque puseram um produto tóxico no balneário. Quando de lá saiu, foi agredido e roubaram-lhe a máquina. Mas nós tinhamos-lhe pedido o rolo e por isso houve fotos do sucedido no dia seguinte"

Elucidativo, não acham?

segunda-feira, outubro 18, 2004

Próxima aquisição: Benefício da dúvida

É inevitável. Sempre que o Benfica tem a oportunidade de se afirmar ou passar definitivamente para a frente, o benefício da dúvida faz sempre exibições de sonho!

Tem de ser este o próximo jogador do Benfica! Dê por onde der!

Ontem, no jogo contra a equipa do Champagne (será que a Paula era colega da Carolina?), fez outra exibição daquelas. Reparem nas intervenções decisivas:

- Cotovelada do Ricardo Costa na cara do Geovanni? - O benefício da dúvida não acertou com o cotovelo.
- 30 faltas do Jorge Costa e não viu cartão amarelo? - Não foi ele quem fez as faltas. Foi o benefício da dúvida...
- Corte do Ricardo Costa com o braço dentro da área? - Não! - Foi o benefício da dúvida que cortou. E este jogador do Porto não tem braços dentro da área, tal como o Baia não os tem fora dela.
- Penalty sobre o Karadas? - Qual quê! - O beníficio da dúvida cortou o lance!
- Falta do Pepe sobre o Karadas? - Não! - Mais um corte limpo do benefício da dúvida.
- Golo por validar ao Benfica? - Não, grande defesa do benefício da dúvida!

E vem o verme que apitou o jogo, dizer que quer processar os dirigentes do Benfica... Que pouca vergonha! - A este sabujo nem o benefício da dúvida o safa!
Pior que este nojento, só o Duarte Gomes no Benfica-Sporting de há 3 anos. Pelo menos esse foi homem e não precisou de benefícios da dúvida para levar a água ao seu moínho: roubou à descarada, sem medo de represálias... Por alguma razão esteve no jogo de inauguração do Alvalade XXI. Aquele penalty oferecido ao Jardel foi algo de m a r a v i l h o s o e merecia justa retribuição.

Para além da exibição de sonho no clássico, já na jornada anterior, o benefício da dúvida esteve em grande.E logo em dois jogos do campeonato.
No Dragão (método champagnez), expulsou um jogador do Belenenses sem margem para dúvida (inspirado na arte de bem roubar, à moda do Elmano)
Em Guimarães, sacou um penalty contra o Benfica, depois de fortemente empurrado pelo vento (por sinal, o árbitro até era do Porto. Estaria embriagado em champagne?)

E o mais engraçado é que as exibições começaram depois do Pinto da Costa ter vindo a público dizer que as exibições do benefício da dúvida estavam a prejudicar o FCP. Normal, os árbitros erravam para os dois lados e as duas equipas tinham um benefício da dúvida do seu lado.
O homem soltou o grito de guerra, e a dislexia foi resolvida. Na dúvida, o beneficiado passou a ser o mesmo de sempre...

Mal posso aguardar pela transferência...
Que venha com um apito dourado!

segunda-feira, outubro 11, 2004

Boca cheia

Li de relance, já nem me lembro bem onde, que o Benfica ia ficar a falar sozinho.

"Ou pedem desculpas, ou não há bilhetes". Lá de cima nem uma resposta...

Justifica-se! - Com a aproximação do jogo com o Chelsea, aquela gente já deve estar com a boca cheia de munições para brindar o Zé Mourinho!... E como falar de boca cheia é feio, a resposta fica só para eles.

Melhor assim. Sem os Superescarretas, a Catedral fica muito mais bonita!


PS: É um facto que os últimos dias têm sido pródigos em acontecimentos que mais do que justificam um comentário (estou a lembrar-me do Batanete e os palhaços da liga, na comédia da multa dos 200€, ou de um Canalha Coroado Comentador de arbitragem, já para não referir outros casos...). Só que o tempo não abunda e temos vivido com alguma falta dele. Espero que compreendam e não deixem de nos visitar de vez em quando.

domingo, setembro 26, 2004

Uma dourada razão

Pois é. Como assusta esta sensação de dejavu.
Sempre que encontram dificuldades para vencer, Pinto da Costa e a sua armada de bobys começam a verborreia contra os árbitros. Compreende-se, mal habituados como estão, que se sintam incomodados sempre que o árbitro erra para os dois lados. Para esta corja, errar é normal, desde que seja sempre para o lado azul e branco.

O jogo de Guimarães, por exemplo, foi uma sequência de anormalidades. Normal foi o que aconteceu o ano passado e já este ano na jornada anterior. O ano passado, em Guimarães, anularam um golo ao João Tomás sem ninguém conseguir perceber porquê. A jornada passada, no Dragão, ficou um penalty limpo por marcar a favor do Leiria no início da segunda parte, e as devidas sanções ao Jorge Costa e ao Maniche, por terem agredido colegas de profissão.

Em contrapartida, este ano, já houve o descaremento de anular um golo ao Pepe numa jogada duvidosa (na dúvida, pretege-se quem defende) e a coragem de expulsar directamente o Postiga (os jogadores do Porto só são expulsos por estes motivos, depois de garantido o campeonato).

Com tanta anormalidade, é natural que o Pápa recorra da velha estratégia do costume. Queixa-se de tudo e de todos, mete alguns árbitros na lista negra (vamos ver quantos jogos o Duarte Gomes estará sem apitar o Porto esta época) e ofende pessoas que merecem muito mais respeito do que ele (por exemplo, "chamou maluquinho do sistema" ao Dr. Dias da Cunha, como se este último fosse da sua láia), mais que não seja por todo um passado profissional inquestionável.

Vamos ver se as coisas se alteram e os erros dos árbitros voltam a ter sentido único, caso em que se pode encomendar desde já, as faixas de campeão para o Porto.
Se não se alterarem, é caso para perguntar, "mas porque dourada razão?"


PS: Repare-se que este ano, a favor do Benfica, já ficaram por marcar um penalty em Aveiro e um em Coimbra. Por sua vez, no que ao Sporting diz respeito, temos a arbitragem do jogo de Setúbal. Também aqui tudo normal, porque nestes casos, é costumeiro que os árbitros errem tanto a favor como contra...
Para já, fica o atropelo aos regulamentos, para que o Fabiano pudesse jogar contra o Leiria.

quinta-feira, setembro 23, 2004

Incendiários

A Superliga começou de forma perfeitamente atípica, se tivermos em conta o passado recente da competição. Surpreendentemente, Porto e Sporting vêm-se com apenas 3 pontos ao final de jogos. Manifestamente pouco para equipas deste calibre.

Provavelmente mais surpreendente é a prestação do Benfica. 3 vitórias, 9 pontos, com exibições de muito trabalho e menos arte, numa prova de uma certa regularidade, mostrando ainda automatismos de Camacho, mas, honra lhe seja feita, uma indisfarçável frieza herdada do seu treinador.

O aspecto que mais me admira, porém, não vem de dentro de campo, mas sim de fora. Folheando os jornais desportivos vemos que, do Benfica, temos muito pouco assunto. Os treinos, os golos, alguma estatística, muito pouco que escrever. Habilmente, o Benfica contornou as milhares de contratações do defeso, as dúvidas sobre Trapattoni (ainda antes da 2ª mão em Bruxelas! Basta lembrar o tema do programa "Opinião Pública" da SIC Notícias, no dia seguinte ao jogo, na Luz, com o Anderlecht: "Trapattoni foi um erro?"), o próprio desaire na Liga dos Campeões, uma 1ª jornada tremida, as declarações fora de tempo e curiosas de Hélder e Abel Xavier, os ataques de Dias da Cunha. Mérito de Veiga e de Vieira ou não, o Benfica tem mostrado uma notável e salutar invulnerabilidade às evidentes tentativas de destabilização.

Neste contexto, têm surgido em todos os jornais desportivos (de papel e também online), insistentes notícias sobre Roger. Roger tornou-se numa magnífica, eficiente e reciclável arma de arremesso que, em tudo, faz lembrar a célebre bala com uma guita atada de Raúl Solnado. Vejamos os factos, Roger já passou mais de 2 épocas na Luz. Já teve diversos treinadores. Já teve diversas oportunidades, inclusivamente, na posição em que diz gostar de jogar. Roger já teve tudo para ter sucesso no Benfica e simplesmente não o teve. Não creio que isso tenha a ver com o seu talento, mas sim com a forma como Roger aborda o jogo. É lento, é desinteressado. Galvaniza a plateia e os jornalistas com mirabolantes proezas com a bola, mas no fim sai muito pouco sumo. Uma comparação com Deco, por exemplo, chega a ser ofensiva para o "português", tal a diferença entre ambos, não do ponto de vista técnico, mas do ponto de vista táctico, de preenchimento de espaços e de presença no jogo. Não creio, pois, que Roger tenha lugar no Benfica ou em qualquer outro clube europeu com esta atitude e, pelos vistos, não sou o único dado os sucessivos empréstimos ao Fluminense.

Estranho seria, no entanto, se periodicamente lá surgem umas notícias de Roger. Foi o melhor em campo, é o melhor jogador do campeonato, tem uma vida pessoal óptima, quer voltar, não quer voltar, almoçou com amigos do Benfica. A única conclusão lógica é que alguém quer que Roger ande nas bocas do povo. Alguém quer promover o jogador e a sentenciada discussão da sua utilidade no Benfica. E esse alguém será precisamente quem publica estas notícias. Objectivo claro: Fragmentar os adeptos e, principalmente, o balneário que já conhece bem o "menino do Rio".

Do lado do Benfica, exemplar silêncio. Diz o povo que vozes de burro não chegam ao céu. Pena só que Roger seja um activo cada vez mais desvalorizado e que custou 1.6 milhões de contos. Em Janeiro de 2006 será livre para assinar por qualquer clube. Não poderia o Benfica, pelo menos, usá-lo como moeda de troca? É que, assim, Roger é só gasolina nas mãos de incendiários.

sábado, setembro 18, 2004

Respeitar para ser respeitado

Record.

Confesso que não tem sido fácil organizar ideias para poder escrever o que penso. Não faço disto profissão, nem espero algo que não seja a partilha de ideias entre adeptos do maior clube Português. Por se tratar disso mesmo, do maior clube Português, acho importante relembrar o respeito que lhe é devido.

Todos nós sabemos qual o impacto da imprensa desportiva na opinião das massas adeptas. Fenómeno dos países latinos, depressa conquistaram o seu espaço, ganhando o respeito dos leitores através de uma escola de jornalistas que primava, acima de tudo, pela seriedade e isenção.

Penso ser aqui que a coisa está a mudar. Deixando de ser um espaço de relato e de opinião sincera, os jornais desportivos foram-se tornando no principal meio de influência do universo de adeptos.
Entrou-se na selva das pseudo-notícias e das manchetes que valem dinheiro. A notícia, essa, tornou-se um artefacto, e é tanto ou mais importante, quanto o impacto que conseguir gerar.

Atente-se no caso do jornal que motivou estas linhas, o Record. Nos últimos anos, a equipa editorial foi mudando. Pouco a pouco, paulatinamente, o importante era não gerar ondas e atingir o figurino desejado. Para já, no sotaque é perceptível a proeminência dos Bês e a linha editorial é, no mínimo, discutivel.

Acho que até o mais desatento dos adeptos de futebol já se deve ter apercebido. Pelas contas dos senhores jornalistas do Record, o plantel do Benfica já deixou de contar com meia equipa, incluíndo todos os jogadores considerados fundamentais, por incapacidade na renovação de contratos, e contratou, pelo menos, mais uma mão-cheia de jogadores, à velocidade de quase um por dia, para a notíca ir durando. Afinal, e vistas bem as coisas, a notícia é sempre a mesma, só muda o nome do jogador...
Só que por vezes também vendem, como foi o caso do Miguel. Este jogador teve o mérito de suscitar o interesse da Juve sempre na véspera ou ante-véspera dos jogos do Benfica com o Anderlecht. O Benfica foi eliminado e, infeliz coincidência, a Juve perdeu o interesse... Acredito que irão voltar à carga nas vésperas de um derby. Não a Juve, mas outro qualquer, para a notícia parecer nova. Como convém...

Sobre as dispensas, a coisa então é mais rídicula. O Tiago, iria sair a custo zero, com o Manuel Fernandes seria impossível renovar, o Miguel tinha a saída mais que certa, o Sokota foi jogador do passado, já para não falar nos casos do Nuno Gomes, do Simão, do Petit, do João Pereira, do Za, etc, etc, etc...

Posto isto, pergunto-me eu, qual o critério que permite que um jornal que se diz sério, publicar tantas notícias que depois não têm correspondência factual? - Acima da venda pela venda, está o respeito mútuo. Os leitores merecem-no. O Benfica ainda mais.


PS: Passarei a tomar nota de todas as notícias de contratações, vendas e renovações publicadas por este jornal. Quero confirmar quantas corresponderão à verdade.

sexta-feira, setembro 17, 2004

Ou há moralidade ou comem todos

No seu editorial de 7 de Setembro, o prestável Manuel Tavares lembra-nos que a Superliga está viciada. Segundo o editor d'O Jogo, "vender as acções que detém no Estoril seria a melhor forma de José Veiga defender a imagem do Benfica e a transparência da SuperLiga".

José Veiga detém 80% do capital do Estoril-Praia, SAD. Também detém acções da Sport Lisboa e Benfica, Futebol, SAD, ocupando cargo de vulto na estrutura directiva do Benfica. De facto, Manuel Tavares terá alguma razão. Não fica, no mínimo, bem a José Veiga estar a jogar em 2 tabuleiros. Para além disso, é uma falha na sua imagem de dirigente empenhado no Benfica (e todos sabemos a força de um aglomerado de sócios benfiquistas).

Onde Manuel Tavares entra no domínio da patetice pegada é quando diz que esta singularidade afecta a transparência desportiva da Superliga. E a poucos dias de um jogo entre o clube de Manuel Tavares e o Estoril-Praia, este post surge como adequadíssimo.

Escreve, então, o senhor: "No dia em que o Benfica fosse campeão com um ponto de vantagem no final de uma SuperLiga em que, por hipótese, esse ponto a mais resultasse da contabilidade dos jogos com o Estoril, estaria lançada mais uma enorme vaga de suspeição sobre o futebol português. "

<Pausa para voltar à calma depois da gargalhada>

Em primeiro lugar, é extremamente redutor dizer-se que esse ponto resultaria de uma contabilidade dos jogos com o Estoril. A meu ver, até poderia ser já por causa do Braga, que até já fez o Porto perder pontos! Desculpar uma hipotética perca do título com apenas 1 jogo em 34 é surreal e só numa mentalidade pequenina e facciosa é que seria possível.

Depois, denota-se aqui algum temor. Já havíamos salientado que o Porto está a custar a pegar. Mas daí a temer os jogos com o Estoril, meu Deus! Então não é campeão Europeu? Tem obrigação de cilindrar o pobre Estoril-Praia nos 2 jogos. Se calhar, o Del Neri até estava feito com o José Veiga para estragar a equipa do Porto para os jogos com o Estoril. Não sei. Tudo é possível em certas redacções.

Por último, Manuel Tavares faltou ao respeito à equipa técnica e aos jogadores do Estoril, ao acusá-los, implicitamente, de falta de profissionalismo. Não acredito que nenhum jogador a este nível seja capaz de fazer o que este editorial sugere.

O que não vi, ainda, em nenhum artigo de opinião é uma crítica cabal à grande imoralidade das nossas ligas: os empréstimos. Os empréstimos são um dos ases de trunfos do Porto. Com os empréstimos faz-se de tudo. Compram-se jogadores, fazem-se pazes, controlam-se clubes, subidas e descidas de divisão. Poderia contra-argumentar-se a dizer que os jogadores emprestados também são profissionais. E são! Mas nunca jogam contra o clube de origem, o que também me parece uma aberracção.

Eis, pois, uma imoralidade muito maior do que a de José Veiga, o Benfica e o Estoril. Os últimos anos têm mostrado equipas B e C do Porto, como o Varzim, o U.Leiria ou a Académica. A solução para este problema? Simples. Moralidade. Empréstimos, só 3 por equipa, só a equipas de divisões diferentes e 2 delas sendo jogadores sub-23.

Afinal, ou há moralidade ou comem todos.



PS - Jorge Costa não foi convocado para o jogo com o Estoril, supostamente para descansar. Vamos lá ver se o Porto não perde pontos e depois perde o campeonato! Não vou perder a crónica do jogo, n'O Jogo, se houver surpresa!

terça-feira, setembro 14, 2004

Ossos do ofício.

Pronto. Começou o regabofe.

Alexandre Pais, mais um, desse universo iluminado que forma a pândega de jornalistas do Record, teve uma saída brilhante. No seu artigo de opinião, "Os três anjos",critíca o Trapattoni por ter razão. Peseiro e Fernandez por não reclamarem penalties.

Ora aqui está um bom critério. Não sei se o seu jornal vive em dificuldades financeiras, mas fica claramente demonstrado que o que é preciso é agitar as águas. Não de qualquer forma, mas da melhor maneira. Desde que se venda jornais. Senão vejamos:

- No Benfica, nada melhor do que colocar os sócios contra o treinador. Homem conceituado, sem provas a dar a ninguém, teve o terrivel defeito de ter razão contra o Moreirense (há algo que venda mais do que a subsituição de treinador do Benfica?). Pois é, contra o Beira-Mar, ao Benfica foi sonegado um penalty, mas aí ninguém falou. Não tivesse o Benfica sido melhor em campo e marcado mais golos do que o adversário, e estávamos nesta altura dentro da normalidade das épocas anteriores.

- O Porto. Grande exibição. Golpes de táctita a fazerem esquecer completamente o Mourinho, um golo que acontece de ano a ano, um remate à baliza do Braga durante a segunda parte, e no final, sobra o penalty não assinalado. Repare-se que apenas um jogador de campo do Porto reclamou na altura. Sabendo nós como sabemos, da educação que estes jogadores têm quando falam com os árbitros, parece-me que não foi apenas o árbitro a não ver o lance .Desabafos do McCArthy? (para a imprensa estás morto, rapaz. Mordeste ao dono, espera pela reacção da matilha...) - Declarações do Costinha? - Tudo normal para esta gente!

- O Sporting. Outro desafio que deve figurar nos compêndios da boa táctica futebolística. A substituição de Tinga na primeira parte, o Miguel Garcia, o Pinilla, a dupla de centrais, que maravilha! - Como é bom ver uma equipa trocar a bola 20 vezes no meio campo e progredir 3 metros! - Aquilo sim, é futebol!!. Não admira pois, que a jogar desta maneira, o Sporting não tivesse ganho por culpa do árbtitro. Confundiu o Meyong com o Liedson e pronto, lá marcou o penalty da ordem que é costumeiro marcar sobre este jogador. Como é possível o descaramento!

Em jeito de conclusão, parece-me que erros do árbitro, só se toleram contra o Benfica. Estes nunca servem de desculpa quando a equipa não ganha. A culpa é só do treinador. E quando se ganha, a culpa também é dele, pois devia-se ter ganho por mais.
Nos outros dois, a lógica inverte-se. Quando não ganham, a culpa não é deles. São culpados sim, de mostrar fairplay e de não culpar o árbitro!

É assim a vida no futebol cá do burgo. Destabiliza-se o Benfica, perdoam-se os outros (através de críticas com segundas intenções) e os jornais vão-se vendendo ao sabor do vento...

Os cães do dono agitam-se para conseguirem as melhores festas. Com alguma sorte, conseguirão um ossito...

segunda-feira, setembro 13, 2004

Trap, o condenado

Pois é, penso que não há volta a dar.
Perde-se a margem de confiança e desde logo começam os erros em catadupa. É assim com toda a gente, e com Trapattoni ainda mais. Ou não fosse ele o treinador do Benfica...
Atente-se neste pequeno exemplo. O Sr. Luis Mateus, escreve no diário MaisFutebol, um comentário elogioso ao novo potagonismo que Petit está a assumir na equipa. Chama-lhe este senhor "Petit, o novo 8".
No comentário (rubrica "Sobe & Desce") são descritas as novas funções do jogador, o seu novo posicionamente em campo, o seu protagonismo atacante e inclusivé, a sua veia goleadora. Se até aqui nada de novo, o comentário termina com um brilhante PS. Para espanto dos espantos, a responsabilidade do novo posicionamento em campo de Petit é de, adivinhe-se... Jesualdo Ferreira!!!
Pois é caros amigos. Não há volta a dar. A partir de uma certa altura, uma pessoa está fadada a só cometer erros. Trapattoni não foge à regra. Aliás, penso que é mesmo o exemplo mais paradigmático do que acabo de escrever. Desde o jogo na Bégica que o homem nunca mais fez nada certo! - Até as substituições que mataram o jogo com o Moreirense (e que meteram 30.000 assobios no saco), foram fruto do acaso. Sim, porque a coloção do Miguel como extremo direito resultou de um lapso linguístico entre o Português do João Pereira e o Italiano espanholado do Trap...
Para terminar, resta-me acrescentar que tivemos sorte. Se há dois anos, o homem não se lembrasse de estar atento a todos os jogos do Benfica, para aprender com as tácticas do Jesualdo, provalvelmente estariamos nos últimos lugares a olhar de baixo as excelentes exibições bimbicas e lagartáceas, autênticos tratados de boa teoria futebolística levada à pratica!

segunda-feira, setembro 06, 2004

Truques de magia

Dizem os mágicos que os truques se baseiam na capacidade de atrair a atenção do espectador para algo que não lhe permita ver o truque, em si. Esta arte foi, nos últimos 20 anos, aplicada com grande mestria à gestão futebolística na pessoa do sr. Presidente do F.C.Porto.

Este facto leva-nos a um paradoxo intrigante. Sendo certo e sabido, mais do que a velhinha lei de Newton de que tudo o que sobe tem que descer, que sempre que algo não está bem para os lados das (ex-)Antas algo pior acontece aos outros 2 candidatos, é para os 2 candidatos mais interessante que o F.C.Porto esteja bem. O problema de tudo isto é que não está. O sr. Presidente do F.C.Porto já fez o mesmo truque tantas vezes que até os espectadores menos perspicazes já conseguem identificar as manobras de diversão utilizadas.

A tristonha vitória sobre o Benfica na Supertaça não apaga 90 minutos sem grande chama e a derrota na Supertaça Europeia só não surpreende quem ainda acredita no Pai Natal. Justificam os entendidos, especialmente os de sangue azul-e-branco com assento na comunicação social especializada, que a culpa foi de Del Neri. Afinal, Del Neri era um vilão completo. Racista, incompetente, atrasando-se com frequência para os seus compromissos, retrógrado na forma como dirige a equipa. Teve, inclusivamente, a ousadia de querer dispensar McCarthy, melhor marcador da Superliga e de shots em Vigo. E também Jankauskas, esse suplente de luxo, titularíssimo de águia ao peito.

A hipotética incompetência de Del Neri leva-nos a 2 cenários possíveis: Se Del Neri era realmente incompetente, então a culpa de uma pré-época atribulada não morre solteira, porque foi o sr. Presidente do Porto que o escolheu e que o definiu como novo Mourinho. Se Del Neri não era incompetente, então a culpa morrerá solteira na pessoa do sr. Presidente do Porto. Aliás, qq accionista da SAD campeã europeia, com um mínimo de bom senso, estaria muito preocupado com o despedimento de um treinador na pré-época.

Se ainda havia dúvidas sobre qual o cenário mais plausível, a verdade é que a notícia da venda em saldo de McCarthy ao Everton veio dissipar dúvidas. E com a saída também de Jankauskas e Rossato, a verdade veio completamente à tona. O F.C.Porto está completamente à deriva, ironicamente num mar de euros. Todos os jogadores que foram referidos como dispensados por Del Neri receberam, de facto, guia de marcha. Houve 2 contratações que não chegaram sequer à época oficial (Rossato e Paulo Assunção). E Del Neri não pode ser o único culpado de tudo isto.

Ora, estando a novela azul-e-branca practicamente em ponto de rebuçado é tempo de se confirmar a lei: "É melhor para os clubes de Lisboa que o F.C.Porto esteja bem". E aí está a primeira reacção no patético caso gerado à volta de Álvaro Magalhães. Um diálogo perfeitamente casual e, quero acreditar, registado inadvertidamente pela SportTV transformado num melodrama de contornos trágicos pelo pasquim das Antas. E eis que os focos da atenção se debruçam agora no Benfica que, rapidamente, se apressa a manifestar a sua repulsa (provavelmente não quiseram dizer nojo, mas eu digo) pela notícia. Pena só que o Benfica não tenha conseguido imunizar-se a estas questões e que Álvaro tenha feito um dispensável comentário sobre "acomodados".

E ninguém mais se lembra da costela Nostradamus de Del Neri ao adivinhar as dispensas, de McCarthy a queixar-se na África do Sul, dos 2 milhões de euros de Paulo Assunção, de Rossato a sair para a Real Sociedad, da pobre exibição com o Benfica, da Supertaça Europeia ou dos gastos desmensurados em jogadores da mesma posição. O F.C.Porto passou de ter 5 defesas-esquerdos para 3 números 10.

Em primeira análise, diria que o truque teve mais uma vez sucesso. E que, no fim, se ouviram alguns, cada vez menos, aplausos à prestação do grande artista. Chegará o dia em que os restantes clubes deixem o sr. Presidente do F.C.Porto a falar sozinho? Esse dia será um ponto de viragem.

quarta-feira, setembro 01, 2004

Será castigo?

Que Gilberto Madaíl gostava de sacudir a água do capote, já todos sabíamos.

Durante os últimos anos, o presidente da Federação surgiu como cabeça de cartaz de uma comédia trágica cujo cenário central será o seu gabinete, na Praça da Alegria. Aliás, cada vez menos se compreende qual é, de facto, o trabalho de Gilberto Madaíl na Federação. Isto porque nos últimos anos, o pseudo-presidente consegue sempre eloquentemente explicar que tudo o que acontece de mau não é da responsabilidade ele, enquanto que, curiosamente, surge sempre nos momentos de grande glória.

Afinal, que responsabilidade terá o presidente da Federação se a selecção A faz um péssimo campeonato do mundo? Se as condições do estágio não eram as indicadas? Se a equipa técnica era incompetente?

Que responsabilidade terá o presidente da Federação se a selecção de sub-21 destrói um balneário adversário? Ou se faz o país corar de vergonha nos Jogos Olímpicos?

Que responsabilidade terá o presidente da Federação se o Conselho de Arbitragem só tem 1 elemento em liberdade, devido a uma investigação judicial ao próprio futebol, que colocou em prisão preventiva os restantes membros?

Que responsabilidade terá o presidente da Federação se o estádio onde se disputa a final da Supertaça (competição sob a alçada da Liga) só tem 75% do campo relvado? E que nem se saiba com que bola irá ser jogada a partida a menos de 24 horas do apito inicial? E que seja sugerido o adiamento do jogo a poucos dias de jogos importantes para ambos os clubes finalistas.

Tudo seria normal se Gilberto Madaíl não fosse o responsável máximo da Federação, culpado de, pelo menos, ter escolhido quem provocou todos estes episódios.

Mas a ameaça já paira no ar. Depois do Conselho Superior de Desporto ter decidido pela redução da Super(?)liga a 16 clubes, o que implicaria que houvessem 4 clubes a serem despromovidos e apenas 2 a subir, o barbudo dirigente já disse que não contem com ele para que a vontade governamental seja cumprida. E chegamos ao ridículo do campeonato começar sem que a questão esteja esclarecida. Será na jornada 33?

Piéce de resistence do post e elemento catalizador da elaboração do mesmo: O homem, agora, lembrou-se de retirar as camisolas 5, 7 e 10 da selecção nacional. Sem querer perder tempo a pensar em quem será a donzela destinatária de tanta flor, pergunto-me: E o Eusébio? O Coluna? O Damas? O Chalana? O Futre? O Gomes? O Simões? O José Augusto? O Torres? O Morais, que até "eliminou" o Pélé? Imagino a constituição da equipa portugesa, daqui a 10 anos. De 1023 a 1034.

No horizonte, não se vislumbra o dia em que o veremos pelas costas. Será castigo?

sábado, julho 24, 2004

Paraty, MST

O grande Miguel Sousa Tavares descreve na sua semanal hemorragia de sangue azul nas páginas d'A Bola um episódio da sua última viagem.

Conta o iluminado cronista que, durante a sua passagem pela brasileira cidade de Paraty, encontrou 3 (três, a conta que Deus fez) habitantes vestidos à FCP, num universo de 4 mil habitantes. Porque é que esta curiosidade não tem nada de curioso, nem nada a ver com a tal globalização da agremiação das Antas?

Porque, como o próprio nome indica, a cidade tem grande influência tripeira, ou não tivesse o nome de um dos mais distinguidos adeptos azuis-e-brancos de que há memória, peça importante em algumas das conquistas internas do clube nos últimos anos. Falamos, claro, desse grande Tchaikovsky do apito, Paulo Paraty e não, obviamente, do seu irmão, também árbitro nos rinques de futsal.

Certamente, e isto especulo eu, Paraty (o árbitro, não a cidade), qual mix de missionário jesuíta e bandeirante, vagueia pelo Brasil nas horas vagas a fundar cidades, a distribuir roupa velha (leia-se camisolas do FCP) pela população e a fundar subsidiárias locais de uma conhecida agência de viagens, preparando o caminho (e as férias) para a geração seguinte dos seus colegas de profissão. Perante tal bondade, para quando a distinção com o Dragão de Ouro?