domingo, dezembro 12, 2004

A mafia do futebol II

Atente-se a esta espantosa entrevista de Octávio Machado ao Correio da Manhã de Sábado, 11 de Dezembro de 2004

Da mesma, fica esta pequena transcrição.

"CM: Ficou surpreendido com as evoluções do processo ‘Apito Dourado’?

OM: – Eu, que ando há quarenta anos no futebol?! Fui a primeira pessoa a falar do sistema. Dez anos antes de Dias da Cunha o fazer. Pensa que alguma vez vou esquecer o que vivi antes do jogo Gil-Vicente-FC Porto na época de Carlos Alberto Silva. Foram os momentos mais traumatizantes da minha vida e da minha carreira. Esse jogo determinava a descida de divisão do Gil Vicente, treinado por António Oliveira, caso a equipa perdesse contra o FC Porto, na altura do jogo já campeão nacional.

Não esquece porquê?

– Porque tive de lutar para que mantivéssemos a nossa dignidade.

Sofreu pressões para que o FC Porto facilitasse a vida ao Gil Vicente?
– Num telefonema chegaram a dizer-me que eu era a única pessoa do FC Porto que desejava a vitória da equipa frente ao Gil Vicente.

Quem lhe telefonou?
– Um amigo. De facto, bem vi aqueles que foram ao balneário do Gil Vicente festejar a vitória da equipa. Perdemos por 1-0, mas não perdemos a dignidade porque não cedo a pressões e disse isso mesmo aos meus jogadores no fim do jogo.

Pinto da Costa deu-lhe a entender que o FC Porto devia facilitar?
– Nunca me diria isso porque me conhece.

Algum dirigente do FC Porto o fez?

– Há muitas maneiras de fazer pressão. Posso apenas dizer que vivi momentos muito difíceis, mas tenho que deixar alguma coisa para revelar no meu livro. Mas não foi a única vez que me aconteceu. Num jogo entre a Académica e o FC Porto em que se discutia a descida de divisão da Académica, também passei por situações difíceis. Acabamos por ganhar com um golo de Raudnei, infelizmente para alguns, porque não era suposto o FC Porto ter ganho esse jogo à Académia.

Em que época se passa esse segundo episódio?

– Quando Ivic era treinador do FC Porto.

O treinador da Académica era António Oliveira...

– Exactamente.

Foi pressionado, por duas vezes, para não prejudicar duas equipas, treinadas por António Oliveira?

– Vivi momentos muito difíceis."


A julgar pela entrevista, se o sucessor do Papa no FCP for o Oliveirinha, temos que o legado de trafulhice tem a transição assegurada...

Àh pois é!...

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