sexta-feira, abril 08, 2005

Leonor Pinhão

Como sempre, genial:

DOIS fanáticos benfiquistas, um pró- Trapattoni, outro anti-Trapattoni, como adiante se verá,mas ambos pró-Benfica, discutiam amigavelmente as incidências da última jornada da Super Liga, e não só. Sobre a mesa do café onde se encontravam lá estava exposta a última página de «A Bola» de ontem. No canto superior esquerdo, a lista dos árbitros nomeados para o próximo fim-desemana não lhes deixava dúvidas...
— Isto é o estertor do regime!
— É o regresso dos Costas!
— Este Luís Guilherme tem cá uma lata...
— Mandar-nos o António Costa para Vila do Conde. Ainda me lembro da arbitragem dele num Rio Ave-Porto que não me sai da memória...
— Eu lembro-me dos protestos do Carlos Brito e dos dirigentes do Rio Ave, foi um verdadeiro escândalo!
— Agora vai lá voltarparaprovar quenãotemnadacontraoRioAve...
— Não sejas tão básico assim. Até pode ser que faça uma arbitragem decente...
— Vinha mesmo a calhar. Lembras- te daquele penalty sobre o Nuno Gomes que ele nãomarcou no União de Leiria-Benfica da época passada?
— E do golo anulado ao nosso Kandaurov nas Antas?
— E do golo anulado ao João Tomás naquele Vitória de Guimarães- FC Porto?
— Olha, se ganharmos em Vila do Conde somos campeões.
— Já dizias a mesma coisa na semana passada, só que era «se ganharmos ao Marítimo».
— E tu dizias o mesmo há quinze dias, só que era «se ganharmos em Setúbal».
— E o que me dizes à nomeação do Paulo Costa para o Boavista- FC Porto?
— Mais um Costa.
— E o que pensas do penalty feito por Jorge Costa no jogo com o Gil Vicente?
— Outro Costa.
— De facto, o Olegário Benquerença tem feito uma época de uma coerência notável.
— Só à conta das suas decisões, o Porto temmais 5 pontos do que devia ter nesta SuperLiga.
— E nós é que estamos a ser levados ao colo...
— Ainda no domingo, com o Marítimo, foi anulado um golo limpo ao Nuno Gomes
— Este Benquerença, na Luz, não considerou o golo de Petit e ainda fez vista grossa a um penalty claro sobre o Karradas.
— Nas Antas...
— No Dragão...
— Ou isso, conseguiu não ver que o Jorge Costa jogou a bola com a mão. Era o empate para o Gil Vicente. E com o jogo empatado quem sabe o que poderia ter acontecido...
— Mas, ao mesmo tempo, deu gozo ouvir a euforia dos comentadores da televisão por o Porto ter conseguido quebrar o enguiço e ganhar em casa.
— Ao que isto chegou...
— E o que me dizes da actuação do Lucílio Baptista no Boavista- Sporting.
— Acho que os dirigentes, os jogadores e os técnicos do Boavista têm todas as razões para protestar.
— Mas bater era escusado...
— Tu não sabes quem começou, pois não?
— Cheira-me que foi o Sá Pinto...
— Tivesse o Sá Pinto enveredado pelo boxe em vez do futebol e quem sabe se Portugal não teria hoje um campeão olímpico da nobre arte de lutar...
— Quanto ao Lucílio Baptista no Bessa, bem, foi no mínimo muito anticaseiro...
— Lembro-me de uma arbitragem dele em que foi, no mínimo, muito caseiro... aquele Sporting- Benfica emque passou o jogo todo amarcar livres contra nós para ver se o André Cruz acertava...
— É verdade, o Sporting precisava de ganhar para ser campeão e nós íamos lá fazer de cabeçudos.
— E ainda perdoou um penalty do Toñito sobre o Nuno Gomes...
— E marcou tantos livres, tantos livres contra o Benfica que no último minuto, para compensar, lá marcou um livre de muito longe contra o Sporting...
— Ah grande Sabry! — Ah grande Sabry!




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