terça-feira, maio 03, 2005

Uncle Sam wants you!

O campeonato está a chegar à sua fase decisiva e de todos os lados contam-se as espingardas para as 3 derradeiras batalhas. É, pois, tempo de mobilização (daí o título do post).
Há que dar crédito aos rivais da 2a circular: a sua capacidade de coesão e união está muito acima da média. Parece quase um movimento consertado o que estão a fazer em todos os campos da comunicação social portuguesa:
  1. O presidente não se cansa de falar, especialmente horas antes dos jogos. Curiosamente, fala dos jogos dos outros, mas nos do seu clube há sempre um caso estranho que, ainda mais curiosamente, passa sempre ao lado das análises dos "entendidos".


  2. Os "entendidos", os locutores, os comentadores analisam ao pormenor todos os lances mais duvidosos do líder do campeonato. Analisam tanto, tanto, que chegam a ver coisas que não existem (como o tal toque do Ricardo Rocha no Lourenço), ficando com a vista cansada que depois não vêem o que realmente existe (como o penalty sobre o Nuno Gomes ou sobre o Wender, ou até foras-de-jogo de um jogador que tem marcado tantos golos como dado murros em adversários).


  3. A completar o ramalhete, chegam os notáveis. Os notáveis verdes-e-brancos pautam-se por deterem sempre a verdade suprema, sem no entanto perderem o dom da vitimice. Sofrem de uma constrangedora e quase clínica mania da perseguição e só a sua absoluta falta de fé na equipa e treinador os levam a ver os jogos do líder do campeonato com uma lupa, à espera do mais pequeno erro para fazerem a sua voz bradar aos céus, empunhando a espada da transparência e dado vivas ao seu presidente, o campeão da moralidade, o tal que fala sempre dos árbitros a poucas horas dos jogos.

Fechei assim o ciclo desta "pescadinha-de-rabo-na-boca". E é, pois, neste carrossel que se vão desenrolando as últimas semanas do campeonato. De um lado os benfiquistas, de outro os anti-benfiquistas. À boleia, um tal de Couceiro, treinador que passou de "aposta pessoal" para "treinador a prazo, futuro ex-director" a quem até pode sair a sorte grande, desde que as bandeirolas dos árbitros continuem a não subir a cada golo fora-de-jogo.

Os adversários do líder do campeonato também não têm vida fácil. São presos por ter cão e por não ter: Se defendem com agressividade, é porque estão comprados e querem ser expulsos. Se defendem sem agressividade, é porque estão comprados e estão a deixar-se perder. Que diabo, o que é que hão-de fazer, então?

Perante este movimento, só nos resta esperar sentados pelo final do campeonato para depois fazer as contas. Prontos, no entanto, para um de dois cenários que, no fundo são só um: Benfica campeão, mas que não merecia, num campeonato fraco, porque os outros é que eram maus ou um Benfica não-campeão porque não merecia, porque o campeonato é fraco, porque os outros eram maus, mas não tão maus como o Benfica. Temos, pois, a cama (eu diria até a campa) feita. Mas aquilo que lhes dói é que, mesmo com tantas manobras, está na nossa mão não nos deitarmos nela.

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